Enquanto muitos setores patinam com a retração da economia, o setor de Tecnologia de Informação (TI) do Paraná, impulsionado pelos Arranjos Produtivos Locais (APLs), aumenta negócios, cria empregos e investe em inovação. Com crescimento médio de 20% a 30% ao ano, o setor empresa 18 mil pessoas em todo o Paraná. Nos últimos quatros anos, ampliou em 75% o número de empregos.
O Estado tem seis Arranjos Produtivos Locais na área de TI, localizados nas regiões de Curitiba, Londrina, Maringá, Campos Gerais, Sudoeste e Oeste. Os APLs se caracterizam por ser uma aglomeração de empresas com a mesma atividade produtiva e que operam em um modelo de colaboração mútua, que pode ser desde a compra conjunta de insumos até uma estratégia em comum para prospecção e clientes ou para capacitação técnica.
A rede de APLs, formada pelas empresas, Governo do Estado, universidades estaduais em parceria com a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e Sebrae, ajuda, ainda, a capacitar, promover inovação e a desenvolver lideranças.
CRESCIMENTO
Um levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostra que, em 2010, o setor de TI empregava 10,6 mil pessoas com carteira assinada no Estado. Em 2014, último dado disponível, o volume estava em 18,6 mil – um avanço de 75% do emprego do setor no período.
Mesmo a partir de 2015, quando a crise econômica brasileira se intensificou, o ritmo de geração de vagas se mantém. De janeiro de 2015 até maio de 2016, o setor acumula um saldo positivo – entre admissões e demissões – de 372 vagas de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do MTE.
"É inegável a participação dos APLs nesse resultado, porque os municípios que lideram os arranjos são os que mais se destacam na geração de vagas. Os APLs estão tornando as economias regionais menos vulneráveis à crise e esses segmentos econômicos mais sólidos", diz o diretor presidente do Ipardes, Julio Suzuki Júnior. Curitiba, Londrina e Maringá são as cidades que mais empregam no setor de TI no Estado.
CENTRAL DE INOVAÇÃO - Os APLs também ajudam a abrir novos mercados. O APL de TI de Londrina, por exemplo, criou uma central que ajuda as empresas a contratar serviços e a prospectar negócios. A Central de Inovação e Desenvolvimento de Negócios Tecnológicos (Cintec) já reúne 42 empresas, de acordo com o presidente do APL de Londrina, Luís Carlos de Albuquerque Silva. "Hoje empresas daqui prestam serviços para outros Estados e países", diz. O APL da região abrange nove municípios em uma rota que vai de Cornélio Procópio a Apucarana e já envolve 1,2 mil empresas.