Os chanceleres do Mercosul conclamaram no domingo, 18, os países da União Europeia a acelerarem o processo de negociação de um acordo de livre-comércio entre os dois blocos. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, disse que a expectativa é concluir o processo em até dois anos. "Existem resistências na União Europeia por causa de mobilizações que eu diria protecionistas em alguns países", afirmou Serra, depois do encontro com os chanceleres do Mercosul em Nova York. "Mas Espanha, Portugal, Suécia, Itália estão amplamente a favor. Confio que consigam maioria para acelerar o processo."
A próxima etapa de negociação ocorrerá em outubro em Bruxelas, quando os dois lados discutirão suas ofertas de redução de barreiras. Segundo Serra, o Uruguai vai "pilotar" as conversas do lado do Mercosul. As negociações se arrastam desde 1998 e sofreram um revés com a decisão da Inglaterra de sair da União Europeia.
A reunião de chanceleres em Nova York foi a primeira de que Serra participou desde que assumiu o cargo. O ministro afirmou que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a transição política no Brasil não foram objeto da discussão. A situação da Venezuela no bloco também não foi tratada, segundo Serra. "Não chegou a ser cogitado. Não se falou sobre Venezuela. O que se falou foi do desejo de não ficar com o assunto Venezuela pela frente."
O presidente Michel Temer chegou no fim da tarde de domingo a Nova York, onde participará da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na terça-feira. Na quarta-feira, Temer terá encontro com presidentes de grandes empresas americanas e um almoço com analistas de mercado e investidores. A comitiva de Temer é integrada pelos principais ministros da área econômica, que terão a missão de apresentar os projetos de concessão de obras de infraestrutura divulgados na semana passada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.