As negociações com o Santander fracassaram e o Banco Cruzeiro do Sul deve ser liquidado pelo Banco Central. As conversas do banco espanhol com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) se arrastaram até a madrugada desta sexta-feira, mas, sem acordo, e como não houve outras propostas, o FGC recomendou ao BC a liquidação do Cruzeiro do Sul.
A venda a outra instituição financeira era uma das duas condições para evitar a liquidação do banco sob intervenção. A outra era de que credores do Cruzeiro do Sul aceitassem um desconto médio de 49% nas dívidas. Como nesta sexta-feira vence uma dívida externa do Cruzeiro do Sul no valor de US$ 1,5 bilhão, não havia mais tempo para negociar. O BC deve se manifestar sobre o assunto ainda nesta manhã.
O patrimônio líquido do Cruzeiro do Sul está negativo em R$ 2,23 bilhões e fontes ouvidas pela Agência Estado avaliaram que o rombo na instituição pode ser maior do que os R$ 3 bilhões, algo como R$ 4,5 bilhões ou até mais. Esse pode ter sido, segundo as mesmas fontes, um dos motivos que fizeram os possíveis candidatos interessados em comprar o banco desistir do negócio.
Nesta quinta-feira (13), os papéis da instituição dispararam e subiram 24,50%, um sinal de que o mercado acreditava em uma solução que não a liquidação.