A safra de laranja 2017/2018, que começa a ser colhida em julho, deve alcançar 1 milhão de toneladas – ou 24 milhões de caixas, o que representa um aumento de 33% sobre as 750 mil toneladas de 2016/2017. Depois das perdas registradas na safra passada, prejudicada pelo veranico, a expectativa é de retomada nesse ano.
"Com esse volume, o Estado volta aos seus patamares normais de produção", diz Paulo Andrade, engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Nesse ano, além do clima bom, a alta produtividade nos pomares garante o resultado no campo. Os pomares de laranja paranaenses são os mais produtivos do País.
Empregos e renda
O Paraná é o terceiro maior produtor nacional, atrás de São Paulo e Minas Gerais. A atividade garante cerca de 3 mil empregos no campo. Os laranjais geram R$ 315 milhões em Valor Bruto da Produção (VBP), o que representa 6% do total nacional.
No Paraná, os pomares são explorados por mais de 600 citricultores, abrangendo cerca de 100 municípios e possuem áreas médias entre 19 e 35 hectares. O Noroeste é a principal região produtora do Estado, com 70% dos pomares.
Tecnologia
"Hoje a citricultura está consolidada no Paraná e é a principal atividade da fruticultura do Estado", diz Paulo Andrade, do Deral. Graças a tecnologia e investimentos, a produção triplicou em pouco mais de uma década.
Em 2004, os pomares do Estado produziam apenas 335 mil toneladas. A produção cresce principalmente graças a ganhos de produtividade, já que a área de plantio se mantém estável em 24 mil hectares no Estado.
Suco
Toda a produção da laranja que sai do campo vai para as indústrias. O Paraná possui três indústrias de suco – Louis Dreyfus, que tem contrato de compra da produção de laranja da Cocamar; a Citri Agroindustrial S/A, uma empresa privada de citricultores; e a Cooperativa Integrada. Praticamente toda a produção de suco é exportada, para Europa e Estados Unidos, principalmente. O Estado produz 50 mil toneladas de suco concentrado.
Na região da Cocamar, a previsão é de uma produção de 7 milhões de caixas nessa safra, 48% mais do que na anterior (4,7 milhões de caixas). Em função do volume, a colheita foi antecipada para maio, de acordo com o gerente técnico da cooperativa, Leandro Teixeira.
"Depois de dois anos ruins, impactados pelas altas temperaturas em novembro de 2015 e a geada em junho do ano passado, o clima foi muito bom e garantiu alta produtividade nessa safra", disse. A expectativa é que os cooperados colham entre 1,5 mil e 1,7 mil caixas por hectare.
Atualmente são 350 cooperados da Cocamar que atuam na atividade, cujos pomares cobrem cerca de 9 mil hectares. Toda a produção é direcionada para a fábrica de sucos da Louis Dreyfus em Paranavaí. A produção estimada é de 27 a 30 mil toneladas de suco nessa safra.
De acordo com Teixeira, as duas empresas vão lançar, no segundo semestre, um programa de fomento para ampliar a área de citrus na região. O objetivo é aumentar em 1,5 mil hectares plantados para a próxima safra.
Exportação e preços
São boas as perspectivas para exportação do suco. A remuneração aos produtores também está mais alta.
Os pomares de laranja paranaenses são os mais produtivos do País. No Brasil colhe-se, em média, 553 caixas de 40,8kg/ha. A produtividade em São Paulo fica em 625 caixas/ha. Já no Noroeste do Paraná este número é de 923 caixas/ha, sendo que alguns pomares chegam a colher 2.000 caixas/ha.
De acordo com Leandro Teixeira, gerente técnico da Cocamar, investimentos em tecnologia de produção, com manejo de pragas e doenças, adubação adequada e boa nutrição, com apoio do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) vêm garantindo bons resultados no campo mesmo quando o clima não contribui.
"Isso permite que o produtor ganhe sempre, mesmo em situações não tão favoráveis", diz. A citricultura é hoje uma alternativa para diversificar a atividade na propriedade rural e vem sendo explorada em conjunto com outras culturas, como grãos, por exemplo.