A Polícia Civil fechou nesta quinta-feira (12) um abatedouro de cães e gatos na Avenida Miguel Badra, em Suzano, na Grande São Paulo. O crime acontecia na edícula da casa de Roberto Moraes, de 46 anos, e da mulher, Roseli Nascimento, de 40. Em um freezer foram encontrados 60 quilos de carne de cachorro e dois gatos inteiros que seriam vendidos a pelo menos três restaurantes orientais. A dupla e um casal de sul-coreanos, proprietário de um dos restaurantes, foram presos.
As investigações começaram há um mês, quando policiais da 2ª Delegacia de Saúde Pública receberam uma denúncia anônima de que restaurantes orientais na região do Bom Retiro, na região central da capital, vendiam carne de cachorro. A venda e o consumo de carne desse tipo de animal são proibidos no Brasil.
Para comprovar o crime, que seria praticado há três anos, os policiais passaram a frequentar os restaurantes e descobriram o telefone e o endereço do fornecedor. Em uma das ligações, a polícia encomendou a carne. Segundo a polícia, o dono da casa, que confessou o crime, pegava os animais da rua.
Semanalmente, o casal vendia dez carcaças - o preço variava entre R$ 180 e R$ 220, dependendo do tamanho. "Eles matavam com um machado e, depois, queimavam o couro com maçarico", afirmou o delegado titular da 2ª delegacia, Anderson Pires Jeanpaoli. Após serem mortos sob uma tábua de madeira, os animais eram pendurados em um gancho para o sangue escorrer. Em seguida, eram cortados em pedaços e congelados.
O casal abastecia pelo menos três restaurantes no Bom Retiro. Um fica na Rua Guarani e foi interditado pela Vigilância Sanitária. A polícia prendeu os proprietários e apreendeu carnes, enviadas para análise de DNA. O cardápio era em coreano e na última página havia a foto de um cachorro com o nome do prato que, em português, significa "quem sabe, sabe". O órgão também multou os donos de um restaurante na Rua Silva Pinto. Os quatro presos serão indiciados por formação de quadrilha e crimes contra o meio ambiente e as relações de consumo.