Uma funcionária das Casas Bahia, obrigada a utilizar um broche da campanha promocional da loja com a frase "Quer pagar quanto?", levou a Justiça do Trabalho a reconhecer que a vendedora sofreu danos morais e faz jus à indenização de R$ 15 mil.
O fato ocorreu em Sorocaba, no interior de São Paulo, e a decisão é da 10ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região.
Além de pedir horas-extras na ação, a ex-funcionária alegou que ela e outras mulheres que trabalhavam na empresa "eram constantemente ridicularizadas através de piadas dos demais colegas ou clientes da loja" por causa do uso do broche.
A defesa da autora disse que o broche era extremamente ofensivo às mulheres porque os homens - colegas de trabalho e clientes - respondiam à pergunta, dizendo quanto pagariam, dando conotação sexual à brincadeira. O marido da ex-funcionária chegou a ir às Casas Bahia questionar se ela era obrigada a utilizar o broche publicitário.
A desembargadora Elency Pereira Neves, relatora do processo, decidiu pela indenização, reformando a decisão de primeiro grau. "As condutas abusivas caracterizam a figura do assédio moral, na qual o empregador - pessoalmente ou através de seus prepostos - utiliza-se do poder de chefia para constranger seus subalternos, através de imposições impróprios, criando situação vexatória e constrangedora ao trabalhador", diz o relatório da sentença.