A nova sede da Ágili, empresa de tecnologia da informação (TI) que desenvolve softwares para o setor público, foi o primeiro ponto da visita do prefeito Alexandre Kireeff (PSD) ao Parque Tecnológico. A empresa foi a primeira a receber área doada na atual gestão e a primeira a concluir sua sede.
O Parque Tecnológico fica na zona leste de Londrina, próximo à BR-369. Com a Ágili, já são quatro empresas funcionando no local – as outras três foram beneficiadas com a doação dos terrenos na gestão anterior. Desde 2013, foram nove doações já aprovadas e mais um pedido está em tramitação. "Todas as beneficiadas estão em processo de aprovação dos projetos", diz o presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Bruno Veronesi.
Durante o governo Kireeff, foram aprovadas 33 doações de áreas públicas como incentivos para implantação e manutenção de empresas em Londrina. Para o prefeito, a estratégia foi acertada como política de incentivo ao empreendedorismo, mas que será alterada a partir da Cidade Industrial de Londrina (Cilon).
O Cilon contará com 1 milhão de metros quadrados destinados à instalação de indústrias. "Lá, não se trata mais de doação, mas de venda de áreas públicas. Porém, naquele momento (início da gestão), a doação para as empresas que precisavam do apoio do poder público, até para não ir embora de Londrina, foi fundamental", avalia Kireeff.
Veronesi diz que a proximidade do Aeroporto José Richa é outro ponto que torna o município atrativo para empresas que pretendem se instalar na região, uma vez que várias se focam na exportação.
Planejamento estratégico
A Ágili inaugurou sua sede de 3 mil metros quadrados no Parque Tecnológico em novembro do ano passado, praticamente dois anos após a aprovação da lei que concedeu a área. Até o fim do ano passado, funcionava em três andares em um prédio na Avenida Bandeirantes (centro).
O proprietário da empresa, José Carlos Urias, diz que a doação de área o mobilizou a fazer o investimento, mas que a mudança para o Parque Tecnológico tem a ver com a proposta do local, que permitiu visualizar uma oportunidade de executar seu planejamento estratégico.
A empresa de 40 funcionários espalhados em 12 Estados – com a maioria concentrada em solo londrinense – pretende triplicar o número de trabalhadores. "A sede suporta até umas 350", afirma o proprietário. Além da Ágili, Kireeff e Veronesi passaram pela unidade da AFF do Brasil, que aguarda a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar a operar e as obras recém-iniciadas da Filtros Kobra, além da sede do Tecnocentro, que está em reforma.
Modelo mais rígido
Embora adote medidas que tornem Londrina competitiva para a instalação de indústrias, a gestão Kireeff endureceu os processos de avaliação dos pedidos de doação, que tramitam dentro da Codel e passam por avaliação do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia.
A medida tenta evitar que empresas sejam beneficiadas, mas não cumpram com os prazos e não se instalem no município. "Esse conjunto de procedimentos, seguindo normativas e regras transparentes, garantem a segurança que essa doação vai surtir o efeito desejado: criar empregos, incentivar o empreendedorismo, ampliar a atividade econômica", justifica Kireeff.
Na atual gestão, a Codel iniciou um processo de revisão das leis que concediam áreas para indústrias aprovadas entre 2003 e 2013 para avaliar se as contrapartidas eram cumpridas. O pente fino passou por 155 leis, das quais 40 foram revogadas ou tiveram os prazos modificados e pelo menos 11 áreas foram recuperadas pelo município.