O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou que o sucesso da estatal é fruto de uma política de governo e só foi possível graças à eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 e à sua reeleição em 2006. "O presidente Lula fez a diferença", diz, em entrevista à Agência Estado. Segundo ele, se o resultado das eleições tivesse sido outro, com a vitória de José Serra em 2002 ou de Geraldo Alckmin em 2006 - ambos do PSDB -, a Petrobras teria tomado outro rumo: "Partes da empresa poderiam ter sido privatizadas."
De acordo com Gabrielli, até 2003, a Petrobras estava sendo preparada para "ter um conjunto de atividades com muita eficiência em vários ramos e com pouco ganho no sistema como um todo e estava sendo inibida no crescimento do seu portfólio de exploração". Naquele ano, porém, ele afirma que a estatal começou a ter uma participação mais ativa nos leilões, a redefinir sua organização interna e a acelerar a renovação de seus quadros. "Isso foi uma mudança de orientação política na Petrobras. Se seria possível atingir sucesso com a política anterior é difícil dizer", diz. "Agora, que o sucesso atual depende das mudanças feitas, isso é certo."
O presidente da estatal afirma que se o PSDB tivesse vencido a eleição para presidente, os investimento e o crescimento verificado hoje seriam menores. "Provavelmente teria menos preocupação com o controle nacional, portanto teria menos impacto no estímulo da indústria brasileira." Perguntado se ele acredita que a Petrobras poderia, então, ter sido privatizada, Gabrielli afirma: "Seria difícil uma privatização total da Petrobras, mas partes dela, sim."
Em resposta às declarações de Gabrielli, o líder do PSDB na Câmara defendeu o governo tucano. "O que fez a Petrobras ser o que ela é foi a lei de 1997, que abriu o setor de petróleo, atraiu investimentos e tornou a empresa competitiva. Isso ocorreu com (governo) Fernando Henrique Cardoso. "Eu acho esse Sérgio Gabrielli um primata, um ignorante, reagiu.