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Protesto de servidores da Copel bloqueia rua em Curitiba

22 nov 2012 às 09:41

Um protesto dos funcionários da Companhia Paranaense de Energia (Copel), que paralisam as atividades durante 24 horas em todo o Estado, bloqueou a Rua Coronel Dulcídio, em Curitiba, na manhã desta nesta quinta-feira (22). Segundo a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), o bloqueio foi no cruzamento com a Comendador Araújo, próximo à sede da companhia. Agentes da Setran estiveram no local, para orientar os motoristas.

Os trabalhadores reivindicam um ganho real de 3%, totalizando 8,5% de reajuste salarial. Os 15 sindicatos que representam a categoria no Paraná rejeitaram, em assembleias, a proposta de reposição de inflação de 5,58%, apresentada pela empresa.


A previsão inicial do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR) é que a adesão ao movimento seja de pelo menos 70% dos mais de 9,2 mil funcionários. De acordo com o presidente do Senge-PR, a manifestação é pacífica e o objetivo é dialogar com os funcionários. "Não temos nenhuma intenção de fazer nada contra o patrimônio da empresa, que é público, nem de causar transtornos à população. Queremos alertar e sensibilizar a direção e o governo do Estado a apresentar uma proposta melhor", afirmou.


Além da ação desta quinta, os funcionários programam outra paralisação, de 48 horas, para os dias 29 e 30 de novembro. "No ano passado foi similar: a empresa não deu nada a mais que o INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor] e, nesse ano, os empregados querem dar um basta. Foi uma reivindicação muito forte, que veio de todas as bases, mas a empresa não sinalizou isso. Sempre fala que é o que pode no momento, que há problemas conjunturais, e por outro lado diz ao mercado que será uma das menos prejudicadas com as novas regras do setor elétrico. Não sei o motivo dessa intransigência", argumentou Kaniak.


O Senge-PR também acusa a Copel de ter ampliado, nos últimos dois anos, os gastos com remuneração de diretores em até 42,34% e de ter aumentado a distribuição de dividendos aos acionistas de 25% para 35%.


Às 14h30, os sindicatos que representam os funcionários vão condeder uma entrevista coletiva à imprensa para apresentar informações sobre a paralisação, relatar supostas tentativas de intimidação e apresentar documentos que comprovariam o aumento dos salários dos diretores. Há relatos de que, na manifestação de hoje, policiais militares teriam jogado spray de pimenta nos manifestantes e tomado os megafones utilizados no protesto.


Outro lado - A Copel informou que 85% de seus empregados em todo o Estado estão trabalhando normalmente nesta quinta-feira. A companhia também garantiu que não registra prejuízo a nenhum dos serviços que habitualmente são prestados à população.


Em relação às reivindicações dos funcionários, a empresa afirmou, em nota, que a proposta de 5,58% é a melhor possível, por conta do novo cenário econômico e do setor elétrico no País. "Com a entrada em vigor das novas regras do setor elétrico previstas pela Medida Provisória 579, a Copel e as demais concessionárias terão queda significativa de receita. Por isso, outras empresas do setor elétrico não estão oferecendo reajuste equivalente ao INPC, como a Copel oferece, e também não oferecem qualquer reajuste nos benefícios de seus empregados", diz trecho do documento.


De acordo com a companhia, o movimento de greve é "desproporcional" e irá prejudicar a população paranaense. A Copel também informou que é inverídica a informação de que os diretores da empresa tiveram reajuste salarial de 42,34% nos últimos dois anos. "Em setembro de 2011, o reajuste para os diretores foi de 7,3%, igual ao reajuste de todos os empregados. Em 2012, o reajuste foi de 2,78%, aplicado em fevereiro. Os diretores só terão novo reajuste em abril de 2013", completa a nota.

Por último, a companhia disse que, além do aumento nos salários, propôs aos trabalhadores o pagamento de abono de valor equivalente a duas remunerações básicas e reajustes de 8,20% no auxílio-creche, 9,60% no auxílio-alimentação, 5,95% no auxílio à pessoa com deficiência dependente do empregado e 7,41% no teto do valor do auxílio educação.


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