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Produzir no País custa mais que nos EUA

18 mar 2012 às 09:35

A crise causou uma reviravolta nos custos das indústrias e encareceu a produção brasileira e barateou a americana.

"As empresas relatam que hoje existem condições mais favoráveis para a produção industrial nos Estados Unidos do que no Brasil", conta Gabriel Rico, CEO da Câmara Americana de Comércio (Amcham-Brasil).


O principal vilão desta mudança é o câmbio entre os dois países com o dólar em baixa e o real em alta, mas também há outros fatores. Segundo levantamento da MB Associados, feito a pedido do Estadão, despesas importantes, como energia e mão de obra, subiram muito mais no Brasil do que nos Estados Unidos.


Enquanto que no Brasil o custo do trabalho em dólar subiu 46% nos últimos cinco anos, no EUA o crescimento foi de apenas 3,6%. Segundo Aluizio Byrro, presidente do conselho da Nokia Siemens na América Latina, a mão de obra no Brasil está entre as mais caras do mundo. "Um gerente de nível médio chega a ganhar 20% menos nos EUA do que aqui."


No Brasil, os encargos trabalhistas são pesados e a variação cambial encareceu os salários em reais. Além disso, o crescimento da economia e a baixa escolaridade da população provocou uma forte escassez de mão de obra qualificada.


Nos Estados Unidos, trabalhadores não têm direitos como décimo terceiro salário ou licença-maternidade. Com a crise, as empresas ganharam poder de barganha e conseguiram até redução de salários.

O mudança brutal entre os dois países neste setor já é percebida na balança comercial. Em 2005, o Brasil tinha um superávit de US$ 9,9 bilhões com os americanos. No ano passado, esse resultado foi revertido em um déficit de US$ 8 bilhões. (Com informações do Estadão)


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