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Produtores investem na vacinação de animais para garantir a sanidade do rebanho

11 mai 2017 às 13:03

Começou a campanha da Venco Saúde Animal, empresa que produz vacinas e medicamentos veterinários, com sede em Londrina, para a vacinação contra as clostridioses. O período coincide com a vacinação contra a febre aftosa e o manejo do gado para a imunização dessa doença é uma oportunidade para que os pecuaristas apliquem também a vacina contra as clostridioses, que protege os animais contra um grupo de doenças infectocontagiosas bastante comuns e que podem aniquilar um rebanho em questão de dias.

Este ano, a previsão da empresa é comercializar 15 milhões de doses da vacina até o final de maio, quando encerra a campanha. O volume, segundo Sérgio Takano, presidente da empresa, é 15% acima do registrado em 2016 no mesmo período. "Isso é reflexo da ampliação de mercado da Venco e também de que o produtor continua investindo em sanidade", destaca ele. No Paraguai, onde a empresa também atua, o crescimento deve ser de 25% em relação ao ano passado, com a comercialização de 500 mil doses.


Takano observa que a Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal em março e que apontou irregularidades e indícios de corrupção na fiscalização de alguns frigoríficos, colocou o produto brasileiro em situação delicada no mercado internacional, que questiona sua qualidade. Mas ele reforça que no que diz respeito ao início da cadeia produtiva, o produtor sempre faz a parte dele, vacinando o rebanho e cuidando do manejo. "A sanidade do gado brasileiro é uma das melhores do mundo." O presidente da Venco ainda pontua que o Brasil é globalmente reconhecido pela qualidade e competitividade na produção de carne e que a ação isolada de alguns indivíduos não pode ser generalizada para toda cadeia produtora.


Takano lembra que o custo com a vacinação em uma propriedade é menor que 1% de todo o manejo. "O mercado já passou por várias crises, mas o produtor nunca deixou de vacinar seu rebanho porque sabe da importância de manter a sanidade em dia", pontua.


Clostridioses


Botulismo, "manqueira", tétano e gangrena gasosa são algumas das doenças mais comuns causadas por essas bactérias de nome complicado, os clostrídios. "É um grupo de bactérias anaeróbias, que se multiplicam na ausência do ar e que são gram-positivas, esporuladas e produtoras de toxinas. Estes microrganismos são praticamente impossíveis de serem erradicados do ambiente, levando a um grande número de óbitos de animais e prejuízos significativos ao produtor", explica a veterinária Larissa Salles Teixeira, da Venco Saúde Animal.


Presentes no solo e no tubo digestivo dos animais, elas tornam-se ameaças quando encontram condições adequadas para germinar, o que pode ser provocado por estresse, manejo alimentar, lesões ou traumatismos desencadeados por manejo de rotina (cirurgias, parto, aplicação de injeções), parasitismo, alimento contaminado ou água de má qualidade. As doenças causadas por clostrídios costumam levar o animal à morte em questão de dias, podendo até mesmo ocorrer morte súbita dos animais em 12 a 96 horas, em algumas clostridioses.

"Os bovinos acometidos podem até ser tratados com antibióticos, terapia suporte e soro hiperimune contra toxina, quando disponível. Porém, o custo do tratamento é elevado e pode tornar-se inviável em situações de surto", pondera Larissa. A vacina contra as clostridioses é aplicada em duas doses, com intervalo de 30 dias, em animais que nunca foram imunizados, com reforço anual de uma dose. A vacina Excell 10, da Venco, protege contra as dez principais clostridioses que acometem os animais, incluindo o tétano e o botulismo em um único produto, facilitando o manejo e reduzindo o estresse dos animais.


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