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Prejuízo registrado em 2016 é contábil, diz ex-presidente da telefônica de Londrina

20 fev 2017 às 09:02

Presidente da Sercomtel até o início deste ano, Guilherme Casado confirma que o prejuízo da empresa em 2016 deve ficar em torno de R$ 20 milhões. Um fator que, segundo ele, pesou bastante para este resultado foi a redução do capital social da ASK – empresa coligada de call center -, que terá impacto nas demonstrações financeiras consolidadas do grupo Sercomtel. "Fazia tempo que isso precisava ser feito. A contabilidade orientou. Não tinha sentido um capital social de R$ 20 milhões numa empresa que fatura R$ 20 milhões", justifica.

Segundo Casado, R$ 14 milhões dos R$ 20 milhões de prejuízo se referem a "eventos contábeis" como o da ASK. Provisões trabalhistas e jurídicas também estão nesta conta. "Prejuízo contábil ordinário foram R$ 6 milhões." O ex-presidente afirma que todas as empresas de telecomunicações, com exceção da Vivo, apresentarão quedas de receitas no exercício de 2016. "A TIM reduziu o quadro funcional em 20% e mesmo assim teve uma queda extraordinária de assinantes. A Sercomtel, ao contrário, ampliou suas bases de assinantes e receitas", conta.


Casado sustenta que o ano foi difícil para todo o setor, que é pouco resiliente em relação aos trancos da economia. "Não podemos esquecer que o PIB (Produto Interno Bruto) recuou cerca de 3%, e da inflação", salienta.


Ele diz que o planejamento financeiro para 2017, deixado por sua gestão, recomenda cortes de despesas e a venda de ativos não operacionais como o imóvel da Avenida Higienópolis, bem como o lançamento de novos serviços.


O ex-presidente rebate a crítica feita pelo atual, Luiz Carlos Ihity Adati, de que a intenção de buscar recursos financeiros externos seria "utópica". Quatro instituições financeiras apresentaram propostas para o pedido de financiamento de R$ 75 milhões, cujo edital foi feito por Casado e está suspenso. Foram elas: Bradesco BBI, Planner, Tercon, na modalidade de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), e RB Capital, com emissão de debêntures. "Se fosse utópica, essas empresas não teriam protocolado propostas na Sercomtel".


Segundo Casado, pelas conversas preliminares que teve com executivos de vários bancos, é "perfeitamente possível", por meio de "Project Finance", a empresa obter os recursos no mercado financeiro. "Os bancos querem garantias reais e a Sercomtel tem seu patrimônio", declara.

Para o ex-presidente, a telefônica não voltará a crescer se não fizer investimentos em grandes volumes. "A Sercomtel possui um quadro de colaboradores capacitados e comprometidos, e tomar crédito no mercado faria impulsionar o crescimento da empresa, especialmente num momento em que a autoridade monetária vem reduzindo a taxa básica de juros."


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