Os preços do petróleo podem sofrer uma forte correção para baixo caso a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e outros grandes produtores não concordem em estender o prazo do acordo de cortes de produção por mais seis meses, dizem analistas.
Os mercados da commodity incluíram amplamente este fator em seus preços. Caso isso não aconteça, isso pode significar uma volta para o patamar abaixo de US$ 40 por barril, um nível não visto há mais de um ano, alertam alguns participantes de mercado.
Por outro lado, caso o acordo seja estendido na reunião de 25 de maio, em Viena, os preços podem continuar a subir, atingindo US$ 60 por barril no final do ano.
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"O mercado parece ter amplamente precificado uma extensão do acordo", afirmou Warren Patterson, estrategista de commodities do ING Bank. "Este é um risco significativo para o mercado, e uma resposta negativa da reunião pode desencadear uma forte liquidação."
Os preços do petróleo subiram cerca de um décimo desde que a Opep e outros produtores decidiram cortar cerca de 2% da produção global no ano passado. Participantes de mercado desejam uma nova extensão na reunião deste mês, e o ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, afirmou no mês passado que um acordo preliminar foi atingido.
A decisão final, porém, é difícil, dado o número de participantes, acredita o J.P. Morgan. Caso um dos participantes rejeite a extensão, os demais participantes do grupo podem correr para elevar a produção, com "implicações dramáticas para os preços", dizem analistas do banco.
Por outro lado, existe ainda a questão de se os outros 11 países não membros do cartel irão aceitar tal acordo.
Por último, todos os presentes em Viena no dia 25 enfrentam a sombra de um concorrente que não estará na mesa de negociações: o petróleo de xisto norte-americano. Desde setembro do ano passado, a produção dos EUA vem se recuperando e a produção em 2018 pode chegar a 9,9 milhões de barris, segundo estimativas do Departamento de Energia (DoE).
"As ações da Opep para apoiar os preços hoje estão criando as condições para o excesso de oferta amanhã", diz o J.P. Morgan.
"A revolução (do petróleo) não convencional parece imparável", diz o Citigroup. Fonte: Dow Jones Newswires.