A Receita Federal e a Polícia Federal (PF) cumpriram hoje nove mandados de prisão e 12 de busca e apreensão no Piauí, na Operação Hiena. O alvo foi uma quadrilha suspeita de fraudar as declarações de imposto de renda de pessoa física, principalmente de servidores públicos, para obter as restituições.
A operação mobilizou 60 agentes da PF e oito auditores fiscais da Receita Federal. Segundo a PF, os acusados usavam procurações e documentos falsos para sacar a restituição do imposto de renda. Os valores sacados no Piauí seriam superiores a R$ 800 mil. A operação também foi deflagrada no Ceará e no Maranhão.
Os integrantes da quadrilha foram enquadrados em crimes por falsificação de documento público, falsidade ideológica, formação de quadrilha, sonegação fiscal e crimes contra a ordem tributária. Os agentes da PF prenderam: o casal Tatiana Lima Moura e Helder Gonçalves de Brito Sousa, conhecido como Binho; o empresário Neyanderson Nunes e o corretor de carros Washington Batista. Ainda foram presos José Helton Messias Júnior e Rodrigo Melo.
O delegado João Batista Barros explicou que a operação faz parte de um esforço da Receita para coibir os crimes envolvendo o imposto de renda. A operação foi batizada de hiena, porque, segundo explicação da PF, é o único animal que tem coragem para roubar a comida do leão, símbolo do imposto de renda.
A Receita Federal no Piauí afirmou ainda que duas prefeituras estavam envolvidas nas fraudes. As certidões das prefeituras foram identificadas durante a investigação. Pelo menos 80 servidores prestadores de serviço e terceirizados tiveram os nomes usados no esquema. A Receita não revelou quais eram as prefeituras e nem como se dava a participação delas nas fraudes de restituição do IR. A Receita apura se há envolvimento dos prefeitos no esquema.