Os pequenos negócios voltaram a contratar mais do que demitir em agosto. Desde fevereiro deste ano, as micro e pequenas empresas não apresentavam número de contratações superior ao de demissões, mas no último mês o saldo ficou positivo em 623 vagas. No mesmo mês, as médias e grandes empresas fecharam 34 mil vagas. O recorte dos dados foi feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
No acumulado de 2016, porém, a geração de empregos desse segmento de empresas - que faturam até R$ 3,6 milhões por ano - continua negativa, em 51 mil postos fechados. As médias e grandes empresas, por sua vez, fecharam 620 mil vagas nos oito primeiros meses do ano.
Para o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, os pequenos negócios são os primeiros a dar respostas aos sinais positivos da economia. Ele acredita que, nos próximos meses, as micro e pequenas empresas vão continuar contratando mais do que demitindo, mas não será suficiente para zerar o estoque negativo de demissões no acumulado de 2016 até agosto.
"Enquanto as grandes empresas esperam sinalizações do governo na questão macroeconômica, como a PEC do Teto dos Gastos e a Reforma da Previdência, as micro e pequenas empresas avançam o sinal desde que haja crédito. O pequeno empresário é movido pela necessidade de sobrevivência do próprio empreendimento", afirmou.
O setor que mais contratou trabalhadores foi o de Serviços, que teve um incremento de 10,8 mil vagas, seguido pelo do Comércio, com 5,2 mil. "Aos poucos, está diminuindo a carga de notícias negativa na economia e voltando a confiança para consumir", analisou.