O ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, anunciou nesta quinta-feira (19), oficialmente, o reconhecimento do estado do Paraná como área livre de febre aftosa. A partir de agora, portanto, está liberada a circulação de animais em todo o território nacional, disse o ministro.
Quanto às exportações, acrescentou o ministro, vai depender dos países compradores. "Mas acredito que, com esse anúncio, muitos já voltem a comprar a carne paranaense".
Segundo Guedes Pinto, nos próximos 15 dias, será encaminhado à Organização Internacional de Epizootias (OIE), que cuida da saúde animal em todo o mundo, um relatório comunicando o fato. A OIE reúne-se normalmente nos meses de dezembro e março, mas, de acordo com o ministro, o Brasil fará o possível para que a decisão seja tomada na primeira reunião.
O Paraná comunicou ao Ministério da Agricultura e aos estados vizinhos a condição de suspeito de febre aftosa no dia 21 de outubro do ano passado, após ter adquirido cerca de 2 mil animais provenientes de municípios de Mato Grosso do Sul, onde a doença já havia sido detectada. Daí em diante, várias medidas foram tomadas e comunicadas ao ministério. O relatório final foi enviado pela Secretaria da Agricultura no dia 6 deste mês.
Com base nesse documento, o Paraná pôde ser considerado área livre da doença. Dentre as medidas adotadas, o secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, citou o sacrifício sanitário de 6.781 animais das sete fazendas suspeitas; 45 dias de vazio sanitário; introdução de 345 animais sentinelas em tais propriedades e realização de 1.483 exames sorológicos, todos com resultados negativos.
Nesse período, foi feito um trabalho conjunto com o ministério, de monitoramento sorológico das áreas de risco – num raio de 10 quilômetros em torno das propriedades que foram interditadas. Ribas informou que foram 11.935 amostras por sorologia. Foram feitos também exames complementares de investigações, a pedido do Minitério da Agricultura, e relatórios adicionais.
De acordo com o presidente do Sindicato das Carnes do Paraná (Sindicarnes), Péricles Salazar, o prejuízo com as restrições à comercialização de carnes no país e no exterior, devido à doença, ficou em torno de R$ 640 milhões.
Para o ministro, houve, com certeza, circulação viral no Estado, mas, como o governo paranaense sempre negou a existência da doença, alegando que nenhum dos exames teve resultado positivo, tanto o ministro quanto o secretário da Agricultura recusaram-se a comentar fatos passados, afirmando que haviam feito um acordo para só abordar o presente e o futuro. "Só em indenização aos pecuaristas que sacrificaram seus animais, foram pagos R$ 4,7 milhões, informou o ministro. " Sem incluir as despesas com o trabalho realizado pelo Ministério e pela Secretaria da Agricultura", acrescentou.