Os impostos pesam mais no bolso do brasileiro do que a roupa que ele usa. De acordo com um estudo inédito feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), as famílias do País gastaram R$ 7,77 bilhões em impostos diretos a cada mês de 2008.
As despesas vinculadas a Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto Sobre Serviço (ISS) e Imposto de Renda (IR) aumentaram 8% entre janeiro de 2002 e dezembro de 2008. Tais gastos, segundo a Fecomercio, superam a quantia desembolsada com produtos essenciais como Vestuário, que foi de R$ 7,5 bilhões, por mês, em 2008
O estudo ainda mostra que existe distância significativa entre o valor que as classes da população pagam pelos impostos diretos. A classe A é a que mais gasta, desembolsando mensalmente R$ 1.555,28 por mês. Já para as famílias da classe B o custo com as mesmas taxas é de R$ 334; e para as classes C, D e E é, respectivamente, de R$ 103,48, R$ 41,55 e R$ 14,27.
São Paulo
Apenas em 2008, o gasto das famílias da classe A em São Paulo somaram R$ 895,52 milhões, segundo a pesquisa. Esse valor é maior do que o que todas as famílias do Brasil pagaram por arroz no mesmo ano (R$ 864 milhões).
A Fecomercio afirma que o montante gasto com tributos diretos no Sudeste equivale a 60% do que o governo arrecada, que chega a R$ 4,6 bilhões. As famílias paulistas respondem por metade dessa quantia: R$ 2,3 bilhões.
A pesquisa se baseia em dados das duas últimas Pesquisas de Orçamento Familiar (POF) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), conduzidas em 2002 e 2008.