O bom desempenho do mercado imobiliário no médio e longo prazo vai depender da estabilidade dos níveis de emprego no Brasil, de acordo com avaliação de especialistas do setor, que se reuniram nesta segunda-feira na Fundação de Instituto de Pesquisas Imobiliárias (Fipe) para o lançamento do Índice Fipezap Ampliado de Preços.
"Se o mercado de trabalho começar a perder robustez, vamos ter problemas, pois os financiamentos imobiliários são muito longos", observou Danilo Igliori, economista do BTG Pactual.
"No médio prazo, há um ponto de interrogação", afirmou Cláudio Frishtak, presidente da Inter B Consultoria Internacional de Negócios. "Os números de emprego hoje são muito bons, mas temos que prestar atenção. Enquanto tiver dinamismo do emprego, o mercado imobiliário pode ficar tranquilo, sem sofrer com aumento da inadimplência", completou.
Os níveis de inadimplência do crédito imobiliário estão atualmente em torno de 1,5%, de acordo com dados publicados neste mês pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Já para José Henrique Dias de Carvalho, consultor do Banco Central, os níveis de comprometimento da renda das famílias com crédito imobiliário ainda são baixos em comparação com o verificado em outros países, o que dá margem para eventuais altas no nível de endividamento.