O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse nesta sexta-feira (19) que o Brasil tem "amortecedores robustos" e, por isso, está menos vulnerável a choques internos e externos. A afirmação foi feita em reunião-almoço, promovida pelo banco Santander, em São Paulo, em evento fechado à imprensa.
"A política econômica doméstica mudou de direção há um ano, e as reformas implementadas neste curto período mostraram resultados positivos, por isso a importância de se continuar nesse caminho virtuoso", disse Goldfajn, de acordo com informações divulgadas pela assessoria de imprensa do Banco Central.
Segundo Goldfajn, o BC continuará monitorando o impacto das informações políticas recentemente divulgadas e atuará, sempre que necessário, para manter a plena funcionalidade dos mercados. O mercado financeiro enfrentou ontem turbulências, no primeiro dia de funcionamento após divulgação de parte do conteúdo da delação dos empresários Joesley Batista e Wesley Batista, donos do grupo JBS.
Goldfajn acrescentou que o Banco Central tem atuado, em coordenação com o Ministério da Fazenda, para dar liquidez aos mercados, por meio de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) e dos leilões de recompra de títulos públicos. "O BC e o Tesouro Nacional têm vários instrumentos à disposição. Essa atuação firme e serena tem foco no bom funcionamento dos mercados", acrescentou.
Segundo Goldfajn, não há "relação direta e mecânica com a política monetária [definição da taxa básica de juros, a Selic], que continuará focada nos seus objetivos tradicionais". "Em outras palavras, as decisões sobre a taxa básica de juros serão tomadas pelo Copom [Comitê de Política Monetária], no curso de suas reuniões ordinárias, considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis", disse.