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País ganha 5 mil importadores com dólar baixo

31 jul 2011 às 08:53

O Brasil deve ganhar mais 5 mil novos importadores neste ano - um recorde. Até junho, o número de empresas importadoras já havia atingido 33.615 - 3.420 a mais que no mesmo período de 2010, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

"O número de novos importadores está explodindo. Não só empresas comerciais, mas muitas indústrias", disse José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). "Neste ano, vamos bater o recorde de 5 mil novos importadores."


Segundo o especialista, as indústrias estão aproveitando o dólar barato para comprar máquinas, substituir insumos nacionais por importados e até trazer produtos acabados. "É uma maneira de reduzir custos e aumentar a margem de lucro."


De acordo com Rodrigo Maciel, sócio da Strategus Consult e ex -diretor executivo do Conselho Empresarial Brasil-China, cerca de 70% das importações brasileiras vindas da China são máquinas e matérias-primas. "Quanto mais barato o dólar, mais cresce o número de empresas interessadas em buscar insumos chineses."


As importações vindas da China explodiram na última década. Em 2000, o Brasil comprou US$ 1,2 bilhão em produtos chineses. No ano passado, foram US$ 26 bilhões. No primeiro semestre deste ano, as importações da China chegaram a US$ 14,8 bilhões, 37% a mais que no mesmo período do ano anterior.


Mandarim. De acordo com Tang Wei, diretor-geral da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE), está aumentando o interesse do Brasil pela China. Ele conta que, na tentativa de fazer bons negócios, os empresários se esforçam para aprender a cultura e até para arranhar algumas palavras em mandarim.


Tang conta que as missões brasileiras que vão a China são "grupos de compras", enquanto os chineses estão organizando missões de "vendas e investimentos no Brasil". A CBCDE leva cerca de 200 empresários brasileiros por ano para a China, principalmente para Cantão, mas também para visitar fábricas e se reunir com autoridades locais.

Segundo Tatiana Porto, gerente de comércio exterior da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a entidade tem recebido muitos pedidos de recepção de missões chinesas, mas está "selecionando muito bem" e só aceita se há oportunidades de atrair investimentos ou exportar produtos brasileiros. A maioria é de grupos de chineses interessados em vender no Brasil.


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