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Os desafios do movimento 'Ocupe Wall Street'

27 out 2011 às 15:26

Dezenas de manifestantes do movimento "Ocupe Wall Street" seguem acampado no Zucotti Park, em Liberty Square, perto de Wall Street, nesta quinta-feira, apesar da chuva e do frio de 12ºC registrados no final da manhã, conforme acompanhou a Agência Estado. Os ativistas, no entanto, não estavam segurando faixas de protestos: em sua maioria, buscavam se proteger do frio em barracas improvisadas com pedaços de lona.

Aliás, esse será um dos grandes desafios do movimento iniciado com os primeiros protestos, no dia 17 de setembro: suportar a chuva e o frio do inverno que se aproxima. Até ontem, havia previsão de nevar em Nova York no próximo sábado. Os manifestantes têm sempre repetido que não existe uma data para o fim dos protestos ou para desocuparem a praça.


O movimento cresceu rapidamente graças às redes sociais Twitter e Facebook e hoje o "Ocupe" está em várias cidades dos Estados Unidos e em outros países. No entanto, nos últimos dias havia menos cobertura nos canais de TV e nos jornais sobre os protestos e aí está o outro grande desafio do "Ocupe Wall Street": manter-se na mídia. Eles já fizeram um tour pelas casas de bilionários de Nova York e marcharam pela Brooklyn Bridge. Centenas de manifestantes foram presos nas últimas cinco semanas.


Ontem à noite, os ativistas voltaram a aparecer em alguns jornais nova-iorquinos, canais de TV e sites, após entrarem em confronto com a polícia e ao menos 10 manifestantes serem presos. Eles fizeram uma marcha pela cidade, até a Union Square, em solidariedade aos ativistas de Oakland, na Califórnia, que foram expulsos do local que ocupavam pela polícia recentemente.


O movimento "Ocupe" não tem apenas uma bandeira, ainda que o alvo principal seja Wall Street e os bancos, mas reflete a insatisfação da população com a falta de emprego, os baixos impostos pagos pelos ricos nos EUA e as condições econômicas do país.


Esses problemas, no entanto, não são hoje apenas dos americanos - encontraram eco facilmente em outros países, especialmente da zona do euro. O "Ocupe Wall Street" encontrou também como aliados os sindicatos, que estão aproveitando a onda para também ganhar força.


Outra característica do movimento é que não existe uma liderança clara. Sobre seu surgimento, sabe-se que as primeiras conversas nas redes sociais começaram durante o impasse sobre elevação do teto da dívida dos EUA, por volta de julho.


Esta manhã, dezenas de policiais continuavam nos arredores da praça e das bolsas de Nova York e um carro de polícia tem ficado 24 horas desde setembro vigiando o maior símbolo de Wall Street: a escultura do imponente touro indomável.

O touro está cercado por uma barricada e já não é mais possível fazer o ritual para atrair sorte de passar as mãos em seus testículos. Segundo os jornais, a medida teria sido tomada pelo temor de que os manifestantes tentassem pintá-lo - já que pelo menos para a economia americana o touro não tem trazido tanta sorte assim.


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