A nova gestão do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel) começará 2017 com o árduo desafio de elevar a geração de empregos e de renda, em um período de crise econômica e em uma cidade enfraquecida pela baixa industrialização. Depois de décadas com a batuta de um município voltado para serviços, a administração que se encerra buscou tornar o solo pé-vermelho mais amigável para a instalação de empreendimentos com maior valor agregado, tarefa para mais outra década e que precisará continuar já a partir de janeiro.
Com Marcelo Belinati (PP) como prefeito, o arquiteto e empresário Nado Ribeirete (PTB) assumirá a Codel com a missão inicial de cortar gastos e cargos comissionados no órgão, fortalecer o crescimento das empresas que já estão em Londrina e reduzir a burocracia para a instalação de novos empreendimentos. Depois de aceitar o convite para o cargo somente na última terça-feira, 27, Ribeirete diz que buscará conhecer melhor os projetos em andamento, para dar continuidade ou agilizar o que ainda estiver no papel. "Temos de juntar forças para superar as dificuldades, que não são pequenas, mas vejo que Londrina tem um potencial muito grande para melhorar a arrecadação e gerar emprego."
Para a desburocratização de negócios, Ribeirete pretende discutir o tema com funcionários de carreira e empresários, além de buscar modelos em outras cidades. O que passa para a atuação no desenvolvimento de empreendimentos que já se estão em Londrina, antes de atrair outros projetos. "Essa questão do parque industrial está em projeto e precisamos viabilizar isso logo, porque não adianta sair hoje e querer buscar empresas fora se não resolvermos as questões internas."
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No âmbito da infraestrutura, ele cita a luta pelo contorno norte, previsto em contrato com a concessionária de pedágio Econorte com um projeto obsoleto, a negociação para aumentar o número de voos entre a cidade e grandes centros, bem como a conclusão da ampliação do aeroporto. Outro ponto é a zona de amortecimento da Mata dos Godoy, na região sul. Existe o interesse em reservar espaço para a extensão da área urbana, mas ambientalistas alertam que é preciso evitar prejuízos a mananciais de abastecimento e à própria mata. "Isso tem de ser verificado, porque o tamanho da zona de amortecimento inviabiliza o desenvolvimento da cidade", cita.
Para o prefeito que assume, o importante será a desburocratização. "Precisamos de uma política de investimentos para que a empresa tenha segurança para se instalar na cidade e isso passa pela infraestrutura."
Matrizes
Entre as áreas de atividade que devem ser fortalecidas, Ribeirete menciona as relacionadas à medicina, biotecnologia, agronegócio e tecnologia da informação (TI). Sobre eventuais doações de terrenos para empresas, ele não descarta o expediente. "Tem de criar alternativas e colocar infraestrutura, mas dentro da lei, de forma criteriosa, para não trazer prejuízo ao município com doações sem critério que deixam os terrenos travados", afirma o futuro diretor da Codel.
Marcelo Belinati também cita a área de TI. "Precisamos de um distrito tecnológico que vá da Sercomtel ao Senai, mais adequado para receber essas empresas. E temos de estimular e tornar mais conhecido o ISS Tecnológico, para fomentar o setor", sugere. Uma lei de 2011 prevê que empresas contempladas abatam entre 10% e 40% do valor do Imposto sobre Serviços (ISS) para usar na aquisição de equipamentos, softwares, capacitação profissional e serviços de consultoria.