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Norte do Paraná está no 'olho do furacão' da logística nacional

24 set 2014 às 14:56

O Grupo Folha realizou na manhã desta quarta-feira (24) a segunda edição do EncontrosFolha, com o tema "Infraestrutura e Logística: vencendo os gargalos do Norte do Paraná". Com palestra do coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Tarso Vilela de Resende, o encontro reuniu lideranças políticas e empresariais da região, que acompanharam atentamente as discussões e participaram com questionamentos.

Resende destacou os problemas estruturais do Brasil para escoamento da produção, que resultam em um impacto direto no desenvolvimento do País. "Somos ricos, mas não conseguimos movimentar o que produzimos. Isto reflete no bolso do consumidor brasileiro. Por isso investir em logística deixou de ser apenas um problema econômico e passou a ser uma questão social", afirmou o professor, destacando que a taxa de investimento em infraestrutura no Brasil é seis vezes menor na comparação com países como Índia e Estados Unidos.


Ao apresentar uma estimativa sobre o fluxo de demanda do País até 2020, Resende aponta para o potencial da região norte do Paraná enquanto 'centro nervoso' da logística brasileira. "O norte do Paraná está no olho do furacão das grandes demandas. Resta saber se estamos preparados para criar estruturas e atender esta expectativa. Caso contrário, seremos uma ilha dentro de um país recheado de oportunidades". A estruturação, segundo ele, é necessária para evitar que a região deixe de ser apenas uma 'passagem' e se transforme em um polo de produção conectado ao corredor logístico, provocando demanda de qualidade e fortalecendo a cadeia produtiva. "Mais de 50% da carga transportada no Paraná é de fora. O estado está se transformando em uma passagem e isto não é interessante".


Entre as soluções apontadas pelo professor estão o planejamento da integração da cadeia produtiva, redução da dependência de commodities, inserção logística em corredores de maior expansão e menor dependência do modal rodoviário, com investimento em outros modelos de transporte. "Além de duplicar rodovias, que é imprescindível, é preciso lutar pela oferta maior de ferrovias e pela integração de rotas regionais dos aeroportos do interior de São Paulo, que deve ser considerado um estado aliado, uma vez que eles têm projetos prontos. Seria apenas uma questão de estendê-los até aqui", frisou.


Também participaram da discussão como painelistas o assessor técnico da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Nilson Hanke Camargo, o representante do Conselho Temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), João Arthur Mohr, o coordenador do curso de Logística da Unifil, Pedro Antônio Semprebom, e a coordenadora de Gestão de Planos de Programas de Infraestrutura e Logística da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística, Rejane Karam. Eles apresentaram demandas dos setores e alternativas para o porto de Paranaguá, como píeres em formato de "T" e "F" que acelerariam a capacidade de embarque de grãos, citaram exemplos de Parceiras Público-Privadas como a da PR-323, com duplicação de mais de 200 quilômetros entre Maringá e Francisco Alves, e ainda falaram sobre a implantação do trem Pé-Vermelho, transporte de passageiros entre Londrina e Maringá, que já tem projetos tramitando nos ministérios da Cidade e dos Transportes.

A cobertura completa do evento será publicada no caderno Reportagem do próximo domingo (28) na Folha de Londrina.


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