O Ministério Público em Palmas, no Centro-Sul do Paraná, vai receber a partir da próxima semana as vítimas de supostos golpes aplicados por uma empresa que usava um nome falso. Com razão social Rodrigues & Picolo Ltda ME, a empresa é acusada de usar o nome fantasia de Pagfácil e receber pagamentos de boletos de cobrança dos clientes, mas, segundo o MP, deixava de pagar o valor aos bancos.
De acordo com o MP, a empresa não tem vínculos com a real detentora do nome Pagfácil, a Muitofácil Arrecadação e Recebimento Ltda, empresa contratada como correspondente do Banco do Brasil, com atuação em âmbito nacional. Foram 552 pessoas prejudicadas pelos supostos golpistas. Os boletos estão em posse da Promotoria de Justiça do MP em Palmas e podem ser retirados pelos clientes prejudicados.
Para facilitar o registro das denúncias de quem foi lesado pela empresa, a Promotoria de Justiça de Palmas receberá as vítimas entre os dias 28 de janeiro e 1º de fevereiro, das 8h30 às 17h30. Para agilizar o atendimento, as pessoas deverão comparecer com cópia de seu CPF, RG ou carteira de habilitação, bem como cópia do boleto quitado, frente e verso.
As vítimas serão recebidas, em cada dia, conforme a ordem alfabética do primeiro nome. Na segunda-feira (28), serão atendidas as pessoas com nomes que tenham letra inicial A, B, C. Na terça (29), pessoas cujos nomes comecem com as letras D, E, F, G, H, I. Na quarta (30), pessoas com inicial do nome J, K, L. Na quinta (31), as que o nome comece com M, N, O, P. Finalmente, na sexta (1º de fevereiro), serão atendidos os cidadãos com nomes de iniciais R, S, T, U, V, W, X, Y, Z.
Empresas públicas - segundo o MP, a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), não está cobrando das vítimas o valor das faturas que foram pagas para empresa investigada. A empresa de energia, em Palmas. A empresa entra em contato com os consumidores antes de qualquer corte no fornecimento de energia elétrica. A Companhia de energia orienta quem pagou a fatura de luz por meio da empresa acusada de fraude, nos meses de dezembro e janeiro, a entrar em contato com a Copel, em Palmas, de posse do comprovante de pagamento, para os devidos esclarecimentos.
Já no caso da Empresa de Saneamento do Paraná (Sanepar), os usuários que pagaram suas faturas de água e esgoto na empresa investigada, e têm dúvidas sobre o processamento desses pagamentos, que podem entrar em contato com a empresa, para esclarecimentos, em Palmas, por meio do telefone 115.
Esquema - O golpe era aplicado da seguinte maneira: os investigados, inicialmente, possuíam contratos com alguns bancos e com empresas como a Copel e a Sanepar, para pagamentos de boletos. Segundo a Promotoria, a empresa fazia a autenticação dos boletos com uma máquina clandestina, mas contas não eram pagas ou eram quitadas depois do vencimento. Esse tipo de golpe, que configura estelionato, conforme esclarece a Promotoria, vinha sendo aplicado pelo menos desde maio do ano passado, mas o Ministério Público só foi comunicado na semana passada, quando tomou as devidas providências.
Os dois responsáveis pela Rodrigues & Picolo Ltda ME, que tiveram a prisão preventiva decretada a pedido do Ministério Público local, se entregaram na última segunda-feira (21) e estão detidos na Delegacia de Polícia da comarca.