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MP detecta novas fraudes no leite e três são presos

08 mai 2014 às 11:21

No dia em que se completa um ano da Operação Leite Compen$ado, o Ministério Público do Rio Grande do Sul, com apoio da Receita Estadual, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Brigada Militar, deflagrou a 5ª fase das investigações. Nesta quinta-feira (8) são cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e três de prisão em dez cidades do Vale do Taquari e Vale do Sinos, em especial em Imigrante e Paverama, sede das indústrias de laticínios Hollmann e Pavlat.

Já estão presos os proprietários da Pavlat, Ércio Vanor Klein; da Hollmann, Sérgio Seewald; e o responsável pela política leiteira da Hollmann, Jonatas William Krombauer. Segundo as investigações, ficou comprovado que os três davam ordens para que subordinados corrigissem, com adição de diversos produtos (citrato, soda cáustica, bicarbonato de sódio, água oxigenada, entre outros), a acidez do leite cru que estava se deteriorando.


A Operação é coordenada pelos Promotores de Justiça Mauro Rockenbach, da Especializada Criminal, e Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, da Especializada de Defesa do Consumidor. Também participa o Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Marcelo Dornelles, bem como o Promotor de Justiça de Defesa da Ordem Tributária, Aureo Gil Braga. Atuam nos trabalhos, ainda, os Promotores de Justiça de Estrela, Daniel Cozza Bruno, e de Teutônia, Jair João Franz. A Operação é desencadeada nas cidades de Paverama, Imigrante, Teutônia, Arroio do Meio, Encantado, Venâncio Aires, Marques de Souza, Travesseiro, Novo Hamburgo e Cruzeiro do Sul.


Divulgação/ MP-RS


Conforme dados da Receita Estadual, os investigados adquiriram esses produtos químicos em larga escala. Eles coincidiram com os resultados de 91 laudos em que foi detectada não conformidade com as normas de qualidade exigidas pelo Mapa. No caso da Hollmann, em amostras de leite cru refrigerado, foi constatado, além da adição de água, a possível comercialização do produto em estado de deterioração, devido à alta acidez provocada pela proliferação de microorganismos. Já nas amostras de leite UHT da Pavlat (vendidos em Florianópolis, Santa Catarina), foi constatado que, mesmo dentro da validade, o produto já estava em estado de decomposição. Todos esses lotes da Pavlat foram retirados do mercado.


Ainda, foram expedidos mandados de apreensão para 34 caminhões, que foram utilizados para transportar o leite adulterado. Na decisão que defere os pedidos de prisão e de busca e apreensão, a Juíza de Teutônia, Patricia Stelmar Netto, salienta que, na sua concepção, "trata-se de um envenenamento em massa, beirando ao genocídio, contra os consumidores de leite e seus derivados, um crime hediondo, com consequências graves e sérias à população".

(com informações do Ministério Público do Rio Grande do Sul)


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