A 10ª edição da Feira de Móveis do Estado do Paraná (Movelpar) começou ontem em Arapongas com expectativa de desaceleração no número de negócios para R$ 500 milhões. A previsão é 25% inferior aos R$ 672 milhões fechados no evento anterior, em 2013, mas o presidente da feira, Wanderley Vaz de Lima, afirma que se trata apenas de uma estimativa cautelosa, diante do cenário econômico nebuloso pelo qual passa o País.
Lima considera que a pretensão deve ser ultrapassada. "Somos modestos na análises, mas hoje (ontem) foi o primeiro dia, que costuma ser fraco, e está bombando, então devemos ultrapassar esse R$ 500 milhões, que era o mesmo previsto para 2013", conta. O número de visitantes esperados é o mesmo da edição anterior, quando a previsão de 40 mil foi ultrapassada e chegou aos 45 mil.
O destaque neste ano deve ficar para o Projeto Comprador, que coloca em contato 21 exportadores brasileiros com importadores de 13 nações. Serão feitas 271 rodadas de negócio entre hoje e quinta-feira, para tentar bater os US$ 10,6 milhões em transações de 2013. "Temos representantes de 24 países na feira, o que pode gerar um número expressivo de negócios porque o dólar está em alta e deve alavancar as exportações."
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Região forte
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima), Nelson Poliseli, o ano não deve ser de vacas magras. Em 2014, apesar de o setor nacional ter diminuição na receita nominal de 2,6%, o polo local teve alta de 6,3% no mercado interno e de 3,7% nas exportações. O faturamento passou, no total, de R$ 1,776 bilhão para R$ 1,886 bilhão.
Em 2015, mesmo com as dúvidas em torno da economia nacional, Poliseli espera crescimento local de 8%. "As empresas de Arapongas estão sólidas, preparadas e com maquinário moderno, então tem tudo para crescer."
Dois fatores contribuem para o otimismo do presidente do Sima. Há a possibilidade de exportar mais, pela alta do dólar, e o mercado das classes média e baixa ainda pode crescer. Segundo dados da entidade, o volume nacional de vendas foi 0,8% maior no ano, enquanto na maioria dos estados do Nordeste superou 10%. "A tendência é crescer mais um pouco, porque o polo de Arapongas está chegando na classe B, mas o que a classe C e D consomem é fabricado aqui. É um produto de classe média, mas com qualidade superior."
Novidades e preço
Expositores e lojistas que estavam ontem na Movelpar buscavam lançamentos e preços negociáveis. "Toda nossa linha aqui é nova e buscamos materiais diferentes, com preços mais acessíveis", diz o diretor comercial da Gralha Azul Estofados, Rogério Lopes. Para a vendedora da Castor em Londrina, Andréa Silva Hilário, a Movelpar ajuda a "ficar por dentro" das novidades. "Temos de nos reciclar para buscar mais clientes e procurar promoções para atingir todos os públicos", diz. "A crise existe, mas não podemos deixar de nos unirmos aos fornecedores para reduzir as perdas", completa o sócio-proprietário da Salla Decor em Cascavel, Cleves Formentão.
Leia mais na Folha de Londrina:
- 'Momento político é pior que econômico'