As Centrais de Abastecimento (Ceasa) do Paraná vão passar por um processo de modernização inspirado no modelo de logística italiano, com objetivo de aumentar a qualidade dos produtos com redução dos preços. Em Londrina, ainda não foi definido se um novo local será construído ou se adequações serão realizadas na sede atual, que é a única do Paraná que apresenta as condições estruturais necessárias para automação do processo com uso de empilhadeiras e tecnologias do setor operacional.
Segundo o diretor técnico do Ceasa, Abdel Nasser, a possibilidade de construção de uma nova sede em Londrina ainda está sendo discutida, já que o local atual, na avenida Brasília, apresenta problemas de acesso que dificultam o trânsito de entrada e saída de caminhões.
Mesmo se a construção de um novo local não ocorrer em Londrina, ele garantiu que a modernização será realizada na cidade, principalmente para melhorar o aproveitamento dos produtos. "Atualmente, o Ceasa perde entre 20% e 30% de tudo que chega nas centrais. Com o novo modelo, o percentual cai para 0,05%. Ou seja, com o melhor aproveitamento diminui o custo, aumenta a qualidade e o preço pode até cair para o consumidor", explicou. O armazenamento também deve ser modernizado com a instalação de uma cadeia de frios para condicionar os produtos em ambientes propícios.
Já nas cidades de Maringá, Cascavel e Curitiba, novas unidades do Ceasa serão construídos com sistemas atualizados enquanto os espaços antigos continuam atendendo a demanda diária. Em Foz do Iguaçu, o local deve passar por melhorias sem perspectivas de ampliação.
Nasser lembrou que as cinco centrais do Paraná ainda funcionam com modelo e estrutura da década de 1970. A modernização deve melhorar a logística e aumentar a segurança alimentar para atender o mercado que exige mais qualidade dos hortifrutis, inclusive com o rastreamento do produto.
No novo modelo, adaptado do sistema utilizado na cidade de Bolonha, na região de Emília-Romanha na Itália, o produto chega embalado e rotulado para diminuir a manipulação e agilizar a distribuição. Assim, a carga e descarga que levam aproximadamente duas horas podem ser realizadas em quinze minutos.
Os boxes passarão a ter 96 metros quadrados, com duas saídas e uma área de carga e descarga de nove metros com dois acessos. "A entrada ocorre por um espaço e na outra parte será feita uma área de exposição de quatro metros, como uma vitrine, para atender o cliente", revelou o diretor técnico.
Além disso, Nasser destacou que o novo modelo vai valorizar os pequenos agricultores, que serão preparados para oferecer um produto com maior valor agregado. Entre os principais consumidores do Ceasa estão varejistas, rede de supermercados, cozinhas industrias, restaurantes e quitandas.