O volume processado de cana-de-açúcar nas usinas do Centro-Sul do país deve crescer 18,66 milhões de toneladas na safra 2015/2016 em relação à moagem do período anterior, quando foram processados 571,34 milhões de toneladas.
A estimativa, divulgada hoje (21), é da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). A projeção, portanto, é que a moagem desta colheita chegue a 590 milhões de toneladas.
Segundo a entidade, esse aumento se deve, sobretudo, à expectativa de maior produtividade agrícola a ser colhida nesta safra, devido às condições climáticas mais favoráveis, conforme observado até o momento. O número final do processamento, no entanto, vai depender do índice de chuva nos próximos meses.
Na avaliação da Unica, o melhor quadro climático deve se sobrepor à retração na renovação dos canaviais no último ano e ao consequente envelhecimento da lavoura. A entidade avalia ainda que a redução na taxa de renovação reflete a situação financeira das unidades produtoras. "A crise vivenciada pelo setor sucroenergético deve promover o fechamento de dez unidades", aponta a associação.
Do total processado, 58,1% deve ser destinada à produção de etanol, um crescimento de 1,12 ponto percentual em relação à safra 2014/2015. Com isso, a produção de açúcar chegará a 31,8 milhões de toneladas, quantidade similar à apurada no período anterior (31,9 milhões de toneladas). As exportações do produto, portanto, devem permanecer em patamar próximo ao verificado no último ano (22,18 milhões de toneladas).
Dados preliminares até o dia 15 de maio já mostram a tendência de menor produção de açúcar nesta safra. Nesse período, 35,86% da cana processada foi para fabricação de açúcar (74,27 milhões de toneladas). O valor é inferior ao percentual verificado no mesmo período do ano passado (34,45%). A produção de açúcar, portanto, chegou a 2,85 milhões de toneladas no final da primeira quinzena de maio. O etanol hidratado, por outro lado, apresentou aumento de 16,04% até o dia 15 de maio, o que equivale a 2,34 bilhões nesta safra, contra 2,01 bilhões do período anterior.
Das medidas internas que levaram a essa escolha pelo etanol, a entidade cita: o restabelecimento da Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina; a elevação do nível de mistura do etanol a gasolina e a ampliação da competitividade do etanol combustível devido a mudanças nas alíquotas de Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaçã (ICMS) cobrado sobre a gasolina.