A nova família do real, anunciada nesta quarta (3) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, terá cédulas de tamanhos diferentes, conforme o valor de face da nota. O objetivo é reduzir o risco de falsificação, nos casos em que cédulas de menor valor são "lavadas" em processos químicos e reimpressas com valor maior.
Essa característica já é usada na Europa, onde a cédula do euro tem tamanho crescente, conforme o valor. No Brasil, essa característica será igual, com células maiores para valores maiores. A nova família do real, no entanto, manterá as cores e os temas das notas atuais.
Também serão mantidos os animais impressos no verso, como a onça pintada na nota de R$ 50 e a garoupa na cédula de R$ 100. As notas terão novas características de segurança e continuarão com elementos para identificação de deficientes visuais.
A nova família de cédulas do real deve chegar às mãos dos brasileiros a partir de abril e maio. A estreia da nova família será com as notas de R$ 50 e R$ 100, cédulas que concentram cerca de 95% das falsificações do dinheiro brasileiro. A troca será feita gradualmente, conforme as notas velhas fiquem desgastadas e saiam de circulação. No primeiro semestre de 2011, começam a circular as novas notas de R$ 20 e R$ 10. Em dois anos, todas as notas terão suas novas versões na rua. A expectativa é de que 100% do dinheiro em circulação já seja da nova família em 2013 ou 2014.
Falsificação
As novas cédulas do real tentam combater um dos principais problemas do dinheiro no Brasil: a falsificação. Dados do Banco Central mostram que, atualmente, existem 143 notas falsas para cada 1 milhão de cédulas em circulação. A média de dinheiro ilegal no Brasil é cerca de três vezes superior à observada na Europa, já que a média da região do euro é de 53 cédulas falsas a cada milhão.
Em 2009, as apreensões de dinheiro falso feitas pelo BC retiraram 408 mil cédulas de circulação, que juntas representavam R$ 23,5 milhões. Em número de notas falsas, houve redução na comparação com 2008, quando foram apreendidas cerca de 528 mil. Mas o valor em dinheiro que os falsificadores conseguiram colocar nas ruas aumentou, já que em 2008 as apreensões somaram R$ 22 milhões.
Para a impressão das novas notas, foi preciso trocar todo o parque gráfico da Casa da Moeda do Brasil, no Rio de Janeiro. Foram gastos R$ 400 milhões na modernização da empresa, sendo que um valor entre R$ 200 milhões e R$ 230 milhões foi destinado apenas à compra de novos equipamentos para impressão das cédulas.