O governo deve discutir até meados de 2010 a possibilidade de retirar o incentivo tributário para os carros populares e incentivar, automaticamente, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os automóveis cujos motores têm potência mais elevada. O objetivo é cobrar o imposto de acordo com a eficiência do veículo.
A sugestão é do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Segundo ele, no entanto, não será a potência do motor que vai definir o critério sobre o imposto, mas sim uma série de avaliações estabelecidas a partir de um estudo em curso. Atualmente os carros populares são tributados com IPI de 7% e os demais pagam até 25%, de acordo com o modelo.
O ministro disse ser fundamental estimular a produção de veículos mais potentes e sua eficiência, além de cooperar com a redução da emissão de gases."A ideia é cobrar o IPI em cima da eficiência do consumo. Isso vai estimular a produção de automóveis. O objetivo é conseguir implantar isso o mais rapidamente o possível", afirmou.
O ministro vai defender sua posição exatamente como fez com a redução do IPI para os produtos da chamada linha branca. Contrariando vários setores do governo federal, Miguel Jorge conseguiu levar sua proposta adiante e a redução será mantida até janeiro – inicialmente.
"O presidente Lula é prático: ele escuta, analisa e decide", disse Jorge, demonstrando otimismo
Miguel Jorge afirmou que vai ampliar as articulações em defesa das alterações na cobrança do IPI para os automóveis mais potentes depois de concluído um estudo – ainda em fase de elaboração pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) – que analisa o desempenho de todos os modelos de veículos em circulação no país.
De acordo com o ministro, existem no país aproximadamente 450 modelos de veículos em circulação, com diferentes potências de motor. O estudo desenvolvido há dois anos pelo Inmetro faz uma avaliação completa da eficiência do motor, da emissão de gases e das despesas.