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Metalúrgicos da Bosch entram em greve em Curitiba

17 jun 2011 às 17:17

Os 4.600 trabalhadores da unidade da Bosch na Cidade Industrial de Curitiba rejeitaram hoje a nova proposta da empresa para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A Bosch subiu de R$ 4,6 mil para R$ 4,8 mil o valor para 100% das metas, com a primeira parcela, de R$ 4,2 mil, a ser paga em 1º de julho. O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba defende uma PLR de R$ 9 mil, com a primeira parcela de R$ 5 mil. Nova assembleia foi marcada para a manhã da próxima segunda-feira. Em Curitiba, a Bosch fabrica bombas injetoras para sistemas a diesel.


O fechamento de acordos em empresas menores, onde os metalúrgicos conseguiram valores superiores ao oferecido pela Bosch, é um dos argumentos do sindicato nas negociações. Segundo a entidade, entre as empresas com o porte da Bosch, as montadoras Renault, Volvo e Volkswagen conseguiram uma PLR variando entre R$ 12 mil e R$ 15 mil. "Uma empresa que teve mais de R$ 4,5 bilhões de lucro no ano passado no Brasil tem condições de aumentar a PLR dos trabalhadores", disse o presidente do sindicato, Sérgio Butka.


A Bosch acentuou respeitar a "liberdade de manifestação" dos trabalhadores, mas ponderou que não haveria necessidade da greve, visto que "se mantém aberta ao diálogo" com o sindicato e avalia os próximos passos. Para a empresa, a proposta apresentada na manhã de hoje "está coerente com a situação atual dos negócios". "A unidade instalada em Curitiba ainda está sendo fortemente pressionada pela valorização do real frente ao dólar, o que impacta nas exportações, e pelo aumento do preço das matérias-primas", argumentou a Bosch, em nota.

Na Case New Holland (CNH), fabricante de máquinas agrícolas, também na Cidade Industrial de Curitiba, os cerca de 1.800 metalúrgicos aprovaram a proposta da empresa, que prevê PLR de R$ 8 mil para 100% das metas, com a primeira parcela de R$ 5 mil a ser paga ainda em junho. Também ficou garantido reajuste salarial de 2,5% acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) na data-base e um abono de R$ 3 mil a ser pago em dezembro.


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