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Mega-Sena e greve bancária superlotam lotéricas

06 out 2010 às 09:13

A Mega-Sena acumulada e a greve dos bancos alteraram a rotina das casas lotéricas nos últimos dias em todo o País. Em Londrina, segundo empresários do setor, o movimento está entre 30% e 40% acima do registrado no mesmo período de meses anteriores. A expectativa é que as filas fiquem ainda maiores hoje, último dia para apostar no concurso 1220 da Mega-Sena, que pode pagar R$ 115 milhões para quem acertar as seis dezenas. É o segundo maior prêmio da história do concurso, só perdendo para a Mega da Virada em 31 de dezembro do ano passado, que foi de R$ 144,9 milhões.

Nos últimos dias, a média de espera na fila na maioria das casas lotéricas tem sido de 15 minutos, mas o tempo pode aumentar nos horários de pico como o período do almoço ou o final da tarde. Em geral, os estabelecimentos têm um terminal exclusivo só para quem deseja fazer apostas. Algumas lotéricas ouvidas pela FOLHA, porém, planejavam disponibilizar mais um terminal só para jogos hoje, a fim de agilizar o atendimento.


Segundo Aldemar Mascarenhas, presidente da Federação Nacional das Lotéricas, os estabelecimentos não costumam contratar funcionários temporários em períodos de grande movimento como este início de mês, mas têm de se desdobrar para dar conta da demanda. ''O dono vai para o caixa e dá-se um jeito'', afirma ele, que é proprietário da Lotérica Colimas, em Londrina.


Nesses dias, aumenta a preocupação com a segurança nas lotéricas, já que os estabelecimentos fazem quase todo o tipo de serviço bancário, mas não têm aparato para resguardar clientes e funcionários. Segundo Mascarenhas, em época de greve bancária também aumenta a quantidade de saques nas lotéricas - correntistas da Caixa podem depositar e sacar até R$ 1 mil, e do Banco do Brasil sacar até R$ 500.


''Por meio de um acordo feito com a Caixa, passamos a fazer de tudo que um banco faz. Mas para nós (lotéricas) esta não é uma situação muito confortável, já que convivemos com a demanda muitas vezes sem a estrutura necessária. Mas quem neste País está preparado para trabalhar com segurança?'', analisa Mascarenhas. Ele diz que algumas lotéricas investem na segurança preventiva, com guarda à paisana. No Paraná existem 850 casas lotéricas.


Débora Cintra, proprietária da Lotérica Souza Naves, diz que o movimento está em torno de 40% acima do registrado em um início de mês sem greve bancária e Mega-Sena acumulada. ''Como brasileiro deixa tudo para a última hora, esperamos que a demanda cresça mais uns 20% hoje, quando encerram as apostas da Mega-Sena'', observa.


Com a proibição dos bolões organizados pelas casas lotéricas, conforme determinação da Caixa Econômica Federal, Débora afirma que poucos apostadores ainda chegam solicitando essa prática no estabelecimento. ''Dizemos que está proibido e não fazemos'', esclarece. Para facilitar a vida dos clientes que fazem bolões em empresas e escritórios e não têm tempo de enfrentar fila, a empresária afirma que costuma pegar o malote com o dinheiro e as apostas para o apostador pegar os recibos depois. ''É uma forma de atender bem, principalmente os clientes mais assíduos'', diz Débora.


Greve em Londrina


Na Região Metropolitana de Londrina, a greve completa uma semana com 67 agências paralisadas, envolvendo mais de 1.400 funcionários. Segundo Wanderley Antonio Crivellari, presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina, o número de agências fechadas ''mais que dobrou'' desde o início do movimento. ''Hoje, 70% da nossa base está envolvida na greve. Apenas algumas agências periféricas continuam abertas. As mais centrais estão todas fechadas'', afirma.

Conforme Crivellari, a situação está sob controle com o funcionamento normal de todos os caixas eletrônicos. ''Greve sem transtorno não é greve. Estamos contingenciando para que a população não fique sem poder sacar dinheiro e os aposentados e pensionistas não deixem de receber'', diz. Ele informa que enquanto a Fenaban não se posiciona, a greve segue por período indeterminado.


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