As medidas macroprudências anunciadas pelo governo no final do ano passado para conter o consumo e, consequentemente, manter a inflação sob controle, devem começar a ser sentidas no mercado automotivo só no próximo trimestre, segundo Cledorvino Belini, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). "Isso leva entre quatro e cinco meses para chegar na ponta, no consumidor", afirmou, nesta sexta-feira, 4, durante coletiva de imprensa em São Paulo.
Mas, apesar das vendas no acumulado do ano terem crescido 19,5% em comparação com os dois primeiros meses de 2010, já é possível ver sinais do impacto da alta dos juros promovida pelo Banco Central. De acordo com Belini, as vendas de veículos à vista passaram de 33,5% no primeiro bimestre de 2010 para 38% no mesmo período deste ano. O prazo médio de financiamento, que estava em 44 meses, também diminuiu, mas o executivo não soube precisar para quanto.
Sobre a inadimplência no setor (atrasos superiores a 90 dias), Belini afirmou que ela continua sob controle, no nível mais baixo dos últimos dois anos. Os dados mais recentes, de janeiro, indicam uma inadimplência de 2,6%, ante 4,3% em janeiro de 2010 e 4,6% em janeiro de 2009. O volume de crédito para financiamento de veículos somou em janeiro R$ 188,7 bilhões, ante R$ 158,1 bilhões em janeiro de 2010 e R$ 138,9 bilhões em janeiro de 2009.