Apesar da crise internacional, o McDonald's bateu recorde de vendas e faturou R$ 3,45 bilhões em 2009, um crescimento de 4,8% sobre 2008. Em termos de vendas comparáveis, ou seja, em relação ao mesmo número de pontos de vendas de um ano para outro, o aumento foi de 3%.
Os dados foram apresentados pelo presidente e CEO da Arcos Dourados, operadora do McDonald's na América Latina, Woods Staton. "O Brasil é o maior mercado que temos", afirmou ele, durante entrevista coletiva à imprensa, em Buenos Aires. Segundo o executivo, a operadora da rede de fast-food na região não pretende abrir capital no curto prazo. "Os sócios estão contentes com o ritmo da companhia. Não há nenhum plano no momento para abrir capital, mas isso não significa que não haja intenção de fazê-lo um dia", disse.
Em toda a América Latina, as vendas atingiram US$ 3,6 bilhões, um recorde histórico desde 1967, quando a rede abriu seu primeiro restaurante na região. O resultado, na média das moedas locais, foi 8,7% maior que 2008, enquanto em dólares foi 2,9% superior. Para Staton, o desempenho, não só no Brasil, mas também em toda a região, superou as expectativas em função da crise de 2008 e 2009. "Ano passado foi muito difícil, mas a crise financeira mundial nos encontrou muito bem posicionados e os resultados superaram nossas expectativas porque tínhamos a base de 2008, que havia sido a maior desde que assumimos a companhia, em 2007", explicou.
De acordo com Staton, a empresa prepara um agressivo plano de expansão no Brasil, que vai receber 40 novos restaurantes em 2010, o dobro do ano passado. A companhia não revelou onde serão instalados os novos pontos de vendas, mas fontes apontam que os primeiros serão em Palmas, capital do Tocantins. "Estamos aumentando os investimentos consideravelmente, não só porque estamos crescendo em áreas novas, como no Nordeste e Norte, mas também porque estamos nos preparando para o que vai acontecer com o Brasil a partir da Copa do Mundo e as Olimpíadas, especialmente no Rio".
Sobre os planos para São Paulo, Staton não deu detalhes, alegando questão de estratégia com os concorrentes, mas frisou: "O motor do Brasil é São Paulo e, obviamente, estamos presentes ali".
A previsão inicial de investimentos da Arcos Dourados para a América Latina em seu primeiro plano trienal, de agosto de 2007 a agosto de 2010, era de US$ 350 milhões. Mas com os resultados de 2009, esse valor aumentou para US$ 450 milhões até agosto próximo. E outros US$ 50 milhões vão completar os quatro meses seguintes.
O Brasil, ressalta Staton, representa 50% desses investimentos e vai requerer da empresa planos de ação para manter mercado. "O país está crescendo em um ritmo muito acelerado. Somente neste ano, já se projeta 5,5% de crescimento da economia e cada vez há mais gente entrando nos segmentos econômicos, onde podemos atender. Ou atendemos nós ou atendem os outros. E eu prefiro que seja McDonald's", afirmou.