A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que 90% do efetivo no Paraná trabalhou normalmente nesta quarta-feira (18), primeiro dia da greve da categoria no Estado. De acordo com a companhia, todos os serviços estão funcionando, com exceção de postagem, entrega e coleta de encomendas com hora marcada.
O Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), por sua vez, estima a adesão em 70% dos funcionários da área operacional. Ainda não há um levantamento sobre este segundo dia de paralisação, no entanto, a expectativa de ambas as entidades é que o movimento seja o mesmo verificado ontem.
Como não houve acordo entre a ECT e os trabalhadores, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou ontem a distribuição do dissídio para julgamento, em data a ser definida. "Queremos que o governo volte a negociar com os trabalhadores. Quem entra hoje recebe menos de R$ 1.000 de salário, por causa dos descontos. Precisamos melhorar essas condições", afirmou um dos diretores do Sintcom-PR, Jurandir Damião da Silva.
Sergundo ele, a empresa fala em 10% de adesão porque tem cotratado terceirizados para substituir os carteiros, "desrespeitando a lei de greve". "Posso afirmar que o movimento está bem grande. Apenas os administrativos e os atendentes estão trabalhando. Estamos parando vários centros e convocando os trabalhadores", completou.
Os profissionais reivindicam reajuste salarial de 15%, fim do Postal Saúde e melhorias no Correios Saúde (plano de saúde da categoria). Já a proposta da estatal compreende aumento de 8% (reposição da inflação do período, de 6,27%, mais ganho real de aproximadamente 1,7%).
Mutirão - A ECT disse que programou um plano de continuidade de negócios para garantir a entrega das correspondências e o atendimento em toda rede de agências. Entre as ações previstas estão realização de horas extras, mutirões para entrega nos fins de semana e deslocamento de empregados entre as unidades.
Na tarde desta quinta-feira (19), na unidade da Rua João Negrão, centro de Curitiba, uma nova assembleia da categoria deve definir os rumos do movimento.