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Maiores empresas crescem acima da média do varejo

14 dez 2010 às 15:27

As dez maiores redes varejistas instaladas no Brasil crescem em termos de faturamento a um ritmo superior ao do setor como um todo. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), enquanto a receita consolidada do setor avançou 7% no ano passado, as líderes acumularam expansão real das vendas, descontada a inflação do INPC, de 14% sobre o ano de 2008. O ranking das principais varejistas elaborado pelo Ibevar é liderado pelo Grupo Pão de Açúcar, seguido do Carrefour, Walmart, Lojas Americanas, Máquinas de Vendas, Makro, Magazine Luiza, Pernambucanas, GBarbosa e Lojas Renner.

Considerando apenas os cinco maiores grupos de varejo (Pão de Açúcar, Carrefour, Walmart, Lojas Americanas e Máquinas de Vendas), o crescimento real avançou 12,5% no ano passado sobre 2008. Em termos nominais, isso representou um faturamento de R$ 94,6 bilhões. "Esses dados demonstram um aumento da concentração das vendas do varejo em grandes grupos. A necessidade de redução dos custos operacionais deverá provocar a manutenção desse processo de concentração daqui para frente, estimulado pelas fusões e associações", disse o presidente do Ibevar, Claudio Felisoni.


Segundo Felisoni, o acirramento da competitividade, beneficiado pelo avanço do comércio eletrônico - que permite ao consumidor fazer a comparação de preços praticados pelos diversos varejistas na Internet -, está alterando os processos de venda. "Ninguém mais compra sem pesquisar antes. O consumidor está priorizando preços, e as empresas mais eficientes em termos de distribuição e escala vão crescer mais", afirmou. Conforme o presidente do Ibevar, os investimentos do setor varejista ainda estão aquém dos necessários para comportar a expansão das vendas.


O levantamento, que analisou um conjunto de 80 varejistas - desde supermercados e lojas de eletrodomésticos ao varejo farmacêutico, de material de construção e livrarias -, também comparou a produtividade em termos de faturamento em relação à mão de obra e por pontos de venda. Segundo a pesquisa, a eficiência da mão de obra das dez maiores redes é 50% superior ao grupo das dez menores, consultadas no levantamento. Já no quesito de produtividade pelo número de lojas, as maiores varejistas têm uma eficiência quase três vezes superior.

Conforme Felisoni, as vendas do varejo vêm sendo estimuladas pelo crescimento da distribuição e da renda, assim como das condições de crédito. Segundo ele, as recentes medidas do Banco Central para reduzir a oferta de crédito não devem impedir a alta de 10% das vendas reais do varejo neste Natal. "O consumidor é mais sensível à queda da renda, já que o crédito ainda é caro no Brasil", disse. Ele ressaltou que, entre 2004 e 2009, mais de 30 milhões de pessoas migraram das classes D e E para a C - faixa que concentra renda de 4 a 10 salários mínimos.


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