O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta terça-feira, 29, um discurso em que destacou ao primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, as conquistas obtidas pelo Brasil durante sua gestão à frente do Palácio do Planalto, principalmente em relação à oferta de crédito. "Em março de 2003, o crédito disponível no País era de R$ 380 bilhões. Hoje, o Brasil já tem R$ 1,5 trilhão em crédito", afirmou o presidente, durante encontro empresarial Brasil-Itália, promovido na capital paulista. Lula disse que, quando chegou ao governo, pobre e aposentado não tinham direito a crédito. Por conta disso, segundo ele, o governo federal criou a modalidade de crédito consignado. "E hoje já foram disponibilizados R$ 120 bilhões por esta categoria", afirmou.
O presidente destacou ainda a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na oferta de crédito no País e lembrou que, em 2003, o banco emprestava no máximo R$ 40 bilhões. "No ano passado, o BNDES já havia disponibilizado R$ 139 bilhões. E, quanto mais dinheiro (os empresários) precisarem, mais o banco terá para emprestar", disse. O presidente citou o desempenho da Caixa Econômica Federal no esforço do governo para ampliar o crédito no País. Segundo números apresentados por Lula, em 2002 a Caixa emprestou R$ 5 bilhões. Em 2009, esse valor saltou para R$ 47 bilhões e, em 2010, deve chegar a R$ 55 bilhões.
O presidente lembrou que boa parte da sua vida foi dedicada à liderança sindical e por muito tempo ele se definiu como socialista. De acordo com Lula, quando chegou ao governo percebeu que havia certa ignorância tanto dele como daqueles que tinham medo da sua figura. E que a definição do Brasil como uma economia capitalista também não fazia sentido, uma vez que não se pode ter uma economia capitalista sem crédito. Lula disse ainda que uma das maiores alegrias de seu governo foi quando chamou o ex-diretor-gerente do FMI Rodrigo de Rato e disse que iria quitar a dívida brasileira com o banco: "Vou devolver o seu dinheiro, porque não preciso mais dele."
Lula afirmou que durante a crise financeira mundial foi para a televisão e estimulou o consumo com responsabilidade. Entre outras medidas, o presidente lembrou da liberação pelo Banco Central (BC) de R$ 100 bilhões dos compulsórios para os grandes bancos comprarem carteiras de crédito dos bancos pequenos. "Enquanto os bancos lá fora estavam quebrados, estávamos comprando bancos no Brasil", afirmou.