Quatro startups de Londrina participaram no último fim de semana da Campus Party, evento mundial voltado aos jovens geeks que gira em torno de temas como inovação, criatividade, ciências, empreendedorismo e universo digital. A edição brasileira terminou no último domingo (5), em São Paulo.
Os londrinense estiveram no evento expondo seus negócios e participando de competições de startups. Na fase final do Like a Boss 1 Up - competição do Sebrae Nacional realizada na Campus que faz parte de sua estratégia para capacitar empreendedores de negócios digitais -, a única participante paranaense era de Londrina.
Aplicativo gratuito voltado a quem trabalha com vendas diretas, o Cuke já tem mais de 55 mil downloads e 7 mil usuários no Brasil e em mais de 90 países. O app chegou à final do Like a Boss 1 Up junto a outros sete competidores. Durante quatro "rounds" e por apenas três minutos, o Cuke, comandado por Gabriel Henriquez, precisou fazer uma apresentação a uma banca de investidores. Para Henriquez, mesmo que o aplicativo não tenha vencido a competição, a apresentação do negócio à banca já valeu a participação no evento. "O fato de se expor aos jurados, potenciais investidores, já cria oportunidade de negócios." O idealizador do Cuke conta que já recebeu contato de potenciais investidores, que caso fechem negócios com a startup poderão acelerar a execução do projeto.
A Inside Places, startup de Realidade Virtual, também participou da semifinal do Like a Boss 1 Up, e ainda de outra competição mundial de startups, realizada na Campus Party pela global NTTDATA em todo o mundo. A londrinense esteve entre os seis finalistas brasileiros, e só um deles – uma empresa paulista - foi selecionado para a final no Japão. Mas só a visita a São Paulo para o campus Party já rendeu boas oportunidades de negócios, diz Luis Henrique Lopes, um dos sócios da empresa.
"Em apenas quatro dias produzi mais do que em um semestre." Lopes conta que recebeu convites de diversas empresas durante a sua estadia na capital paulista, que poderão resultar em negócios mais para frente. "Isso abre muitas portas para a gente." A startup, que cria projetos em 360º usando Realidade Virtual, já tem clientes no Brasil, no Canadá e na Espanha.
Reposicionamento
O foco nos negócios durante o evento de Tecnologia é tão grande que a Eduletrando, startup londrinense com foco na educação, resolveu rever os seus negócios após receber, na Campus Party, propostas de negócios de empresas dos mais variados ramos. A ideia é que, agora, a startup também passe a atuar no ramo de entretenimento.
Hoje, dois de seus principais produtos são livros educacionais com Realidade Aumentada (RA) e estátuas e estatuetas digitais, que também utilizam a RA para reproduzir personagens infantis, como a Laura e o Bruno. O Eduletrando esteve na Campus expondo seus produtos na área Startup e Maker. "A feira se desdobrou em várias parcerias. Depois do evento, vamos nos reposicionar para atuar também na área de entretenimento e eventos", comemora o CEO, Luiz Antonio Monteiro Junior, que diz também ter recebido uma proposta para ser fornecedor de tecnologia de Realidade Aumentada.
Outra startup que esteve no espaço Startup e Makers da Campus Party foi a Rais Saúde, que desenvolveu um sistema de agendamento e pagamento de consultas médicas via mobile. Da participação no evento, Fabiano Teodoro, um dos sócios, afirma que surgiram diversas possibilidades de parcerias. "É uma experiência incrível. Dá para ter um termômetro do que a gente está fazendo. Em geral, todos gostam do nosso apelo para a área de saúde, de resolver o problema de usuários e de profissionais de saúde." O produto da Rais Saúde está em fase de validação e de finalização do desenvolvimento, conta Teodoro, e a previsão é que, em dois meses, o projeto já esteja validado e pronto para entrar no mercado.
Alto nível
Fabrício Bianchi, consultor do Sebrae Londrina, considera a participação das startups londrinenses na Campus Party "um sucesso". "Estamos conseguindo mirar no horizonte correto nas nossas orientações e mentorias." Para Bianchi, o evento mostrou a força das londrinenses no cenário nacional de startups. "De sete projetos paranaenses, três são nossos. E o único que foi para a final do Like a Boss 1 Up (Cuke) foi daqui."