A administração do novo prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff (PSD), terá um grande desafio pela frente. O município vai precisar pleitear, junto ao Governo do Estado e deputados federais, R$ 25 milhões para a desapropriação dos imóveis localizados na face norte do Aeroporto Governador José Richa. No ano passado, o governador Beto Richa (PSDB) fez a liberação de R$ 27 milhões para que a prefeitura desapropriasse as áreas que ficam no entorno sul do terminal.
Até agora, o poder público usou R$ 9 milhões do montante total para comprar 44 imóveis. Outros R$ 6,2 milhões vão ser utilizados na desapropriação de outros sete lotes, também localizados na face sul do aeroporto. "Vão sobrar R$ 11 milhões para a aquisição das áreas do entorno norte. No entanto, nós necessitamos de R$ 36 milhões para fazer o procedimento. Ou seja, o poder público municipal vai precisar retomar as conversas com o governo e com a bancada londrinense da Câmara Federal para pleitear a verba. Só assim, vamos conseguir o que ainda falta", explicou o gestor do convênio aberto para acompanhar a desapropriação, Rubens Bento.
A face norte do Aeroporto de Londrina é composta por 66 residências, de médio e alto padrões, além de pelo menos 15 lotes rurais de grande porte. "O serviço é muito mais complexo se comparado ao trabalho feito no entorno sul. Os imóveis são maiores e, por isso, demandam mais recursos", explicou Bento.
No entanto, antes de começar a pleitear a verba, o município precisa concluir o trabalho iniciado na face sul do terminal. O procedimento foi paralisado em outubro por causa das eleições municipais e retomado só depois do segundo turno. "O problema é que pendências registradas junto ao Tribunal de Contas do Estado barraram a liberação da certidão necessária para o governo enviar o dinheiro prometido ao município", contou o gestor. "Quando começamos a resolver o problema, o órgão entrou em recesso. Só vamos poder retomar o assunto no próxima segunda-feira (7), depois que o tribunal voltar ao trabalho", completou.
Ele lembrou ainda que a Justiça Federal também está em recesso. "Mesmo se tivéssemos conseguido liberar o dinheiro, a situação teria continuado como está, já que precisamos do órgão federal para fazer as audiências de desapropriação", explicou. Os R$ 6,2 milhões, ainda em fase de liberação, vão ser usados para desapropriar áreas maiores. Uma delas, conhecida como a antiga Carambeí, tem mais de 20 mil metros quadrados. Outra, com mais de 2 mil metros quadrados, abriga, atualmente, uma escola.
A demora na desapropriação dos terrenos restantes começou a incomodar os que ainda moram na região. Camila Munhoz, que é proprietária de um dos sete imóveis, enviou um e-mail ao Bonde criticando a situação. O impasse, segundo ela, vem ocasionando uma série de transtornos aos moradores. "As casas, em meio a escombros, têm sido palco de lixos e esconderijo para bandidos. A situação segue muito complicada", escreveu.
Rubens Bento que a negociação será retomada neste mês. "Só estamos esperando os órgãos competentes voltarem do recesso", reiterou.