Autoridades públicas e lideranças empresariais estiveram reunidas na manhã desta quinta-feira (24) na Câmara de Londrina para discutir as chamadas "feiras itinerantes". No último final de semana, mesmo sem autorização judicial, a Feirinha do Brás, promovida por comerciantes chineses e bengaleses, instalou-se em terreno próximo ao Conjunto Saltinho, na zona sul de Londrina. As barracas da feira comercializaram produtos eletrônicos e importados e atentaram contra o Código de Posturas do Município. A reunião foi marcada a pedido da ACIL e dos vereadores Roberto Fu (PDT) e Júnior Santos Rosa (PSC).
As feiras itinerantes representam uma concorrência desleal para os comerciantes regularmente estabelecidos na cidade. Em geral, não pagam impostos; não oferecem qualquer tipo de garantia aos trabalhadores; têm precárias condições sanitárias e de segurança. A cada feira itinerante que se realiza, os comerciantes locais, principalmente os de pequeno porte, sofrem elevados prejuízos.
O presidente da ACIL, Valter Luiz Orsi, afirmou que a realização da feira itinerante no último final de semana representa um atitude de desrespeito com a cidade inteira. "Feiras de artesanato, inovação tecnológica e beneficentes são bem-vindas, mas esse tipo de evento é predatório e nós não aceitaremos", comentou Orsi.
No dia 17 de julho, o juiz Marcos José Vieira, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Londrina, negou pedido de liminar impetrado pelos realizadores da Feirinha do Brás. Mesmo assim, o evento foi realizado. "Todas as autorizações necessárias foram negadas a esses senhores, e mesmo assim eles tiveram a ousadia de promover a feira", afirmou Orsi. O advogado Ed Nogueira de Azevedo, da ACIL e do Sincoval, esteve no local e fez diversas fotografias dos produtos comercializados: na maior parte, eletrônicos com procedência duvidosa. Para piorar, os realizadores da feira deixaram um rastro de sujeira no local. "Mas estamos de cabeça erguida graças à decisão do juiz, que negou autorização para o evento", disse o advogado.