Já é possível montar uma carteira de investimentos diversificada sem sair de casa. Além do home broker (plataforma online de negociação de ações), Tesouro Direto, poupança, CDB e fundos de renda fixa e DI, os investidores têm agora acesso a fundos de grife, mas com cotas a preços relativamente populares, sem sair do sofá. A novidade é trazida ao mercado pela Órama, primeira loja online de fundos.
Idealizada por Guilherme Horn - um dos responsáveis pela encorpada dada à corretora Ágora antes da venda, em 2008, ao Bradesco -, a Órama comercializa 19 fundos. "No mercado, a cota mais barata entre esses fundos custa R$ 300 mil", diz Horn. "Mas na Órama nós montamos os chamados Fundos de Investimentos em Cotas (FICs) e ofertamos uma fração da cota original por R$ 5 mil", completa.
Fundos de ação e multimercado são a maioria entre as opções oferecidas na empresa. Mas há também um fundo de renda fixa. "Fazemos uma seleção rigorosíssima antes de colocar um fundo na nossa carteira", diz o executivo.
Um dos motivos para a rigorosidade da escolha, conta, é que a Órama entra com a diferença entre o valor original e o investido pela pessoa física. Ou seja, se apenas uma fração da cota foi vendida (de R$ 5 mil), a Órama quita os R$ 295 mil restantes, no caso das cotas originais de R$ 300 mil.
Aplicar sem sair de casa é algo que deve ganhar força, na avaliação de Rogério Bastos, diretor da consultoria financeira e de investimentos FinPlan. Ele cita que mercados mais maduros que o brasileiro, como é o caso dos Estados Unidos, têm quase a totalidade dos investimentos feitos diretamente de casa. "Oferecer esses serviços é muito bom para o mercado e para o investidor. Sobretudo para o pequeno investidor", avalia Bastos.
Ele lembra também do lançamento recente do banco online Sofisa Direto, que oferta CDBs com rentabilidade sempre superior a 100% do CDI, independentemente do valor investido.
Tudo online. A ideia de facilitar a vida do investidor não se limita apenas à possibilidade de compra e venda dos investimentos. A Órama, por exemplo, coloca em seu site vídeos dos gestores dos fundos explicando a estratégia usada para a condução da carteira. O mesmo deve ser feito todo fim de mês, incluindo uma breve avaliação do mercado.
Os vídeos nunca têm mais de dois minutos. "É a humanização do investimento. Em vez de enviarmos relatórios, colocamos no ar vídeos com linguagem muito simples com o que é, tradicionalmente, explicado em textos de difícil entendimento", comenta Horn.
O material, que também serve como uma espécie de cartilha de educação financeira, fica disponível no site da empresa para qualquer internauta. "Essa coisa de o gestor explicar a estratégia é algo que só é feito para quem tem investido muito dinheiro, algo como R$ 10 milhões", frisa Guilherme Horn, que é endossado por Rogério Bastos.
Comparações animadas entre os fundos, a criação de avatares para a personalização da conta e, em vez de um número para identificação da conta, um nome, são outros diferenciais que a Órama propõe com a intenção de "humanizar o investimento".