A farmacêutica Pfizer, maior fabricante de medicamentos do mundo, concordou nesta quarta-feira (2) em pagar uma multa recorde de US$ 2,3 bilhões e encerrar uma ação civil e penal que corria na Justiça americana.
A empresa é acusada de fazer promoção ilegal de 13 medicamentos. Essa é a maior multa já aplicada pela Justiça americana ao setor de saúde.
Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, a Pfizer teria promovido os medicamentos, entre eles o Bextra (anti-inflamatório), o Zyvox (antibiótico), o Geodon (antipsicótico) e o Lyrica (antiepilético), para uso off-label, ou seja, para fins diferentes daqueles para os quais foram aprovados pela FDA (agência reguladora de remédios e alimentos nos EUA).
Os medicamentos são aprovados no Brasil -no caso do Bextra injetável, apenas para uso hospitalar. Segundo a Pfizer, não há ações semelhantes tramitando no país.
No caso do Bextra, que foi retirado do mercado norte-americano em 2005 em razão de riscos cardíacos, a promoção teria envolvido ‘vários usos e doses que a FDA recusara validar em razão das dúvidas sobre seus riscos’, segundo os autores dos processos nos EUA.
Entre as ações de marketing, havia a informação de que o remédio era indicado para dores agudas e pós-cirúrgicas, enquanto a aprovação do FDA se limitava à dor crônica (tratamento da artrite, por exemplo).
No Brasil, a droga também chegou a ser usada em indicações que não constavam no registro.