As taxas futuras de juros terminaram o dia em queda, ajustando-se à decisão de ontem do Comitê de Política Monetária (Copom), de reduzir o ritmo de alta da Selic para 0,25 ponto porcentual. O resultado do PIB do quarto trimestre de 2013 acima das estimativas, porém, limitou o recuo das taxas, uma vez que abre espaço para que o BC continue com o aperto monetário por mais algum tempo. No caso dos juros longos, a queda do dólar e dos yields dos Treasuries foi determinante para a baixa um pouco maior.
No fim da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2014 (707.695 contratos) tinha taxa de 10,74%, ante 10,79% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2015 (308.575 contratos) projetava 10,97%, de 11,02% na véspera. No trecho mais longo, o contrato com vencimento em abril de 2017 (414.825 contratos) indicava 12,05%, de 12,11% ontem. O DI para janeiro de 2021 (53.365 contratos) estava em 12,48%, de 12,60 no ajuste anterior.
Os números do PIB no último trimestre do ano passado figuraram entre os fatores de pressão de baixa sobre o dólar hoje. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira cresceu 2,3% em 2013 ante 2012, no teto do intervalo das estimativas. No quarto trimestre do ano passado, o PIB cresceu 0,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior, resultado que ficou acima das estimativas dos analistas.
A expansão da economia acima do esperado ajudou, por outro lado, a limitar a queda da taxa de juros, depois da decisão do Copom, ontem, e de um ajuste natural da curva devido às apostas de elevação de 0,50 ponto porcentual da Selic que ainda restavam. Mesmo porque, com uma atividade melhor, o BC teria espaço para seguir subindo os juros e ancorar melhor as expectativas de inflação.
Na avaliação dos analistas consultados pelo Broadcast, a manutenção do termo "dando prosseguimento" e a retirada da expressão "neste momento" do comunicado que acompanhou a decisão de ontem do Copom, que elevou a Selic em 0,25 ponto porcentual, para 10,75% ao ano, afasta, momentaneamente, a ideia de encerramento do ciclo de aperto.
O dólar fechou no menor nível ante o real desde o início de dezembro do ano passado, pressionado pela entrada de recursos no mercado ao longo do dia, pelo resultado do PIB e por declarações da presidente do Federal Reserve (Fed), Janet Yellen, no Senado dos EUA. No fechamento, o dólar à vista no mercado de balcão recuou 1,36%, cotado a R$ 2,3220 - menor nível desde 17 de dezembro de 2013.
Outra dado anunciado nesta quinta-feira foi a leitura de fevereiro do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M). O indicador desacelerou de 0,48% em janeiro para 0,38% em fevereiro, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A taxa ficou dentro do intervalo de estimativas. Agora, as atenções se voltam para os números fiscais, a serem conhecidos amanhã.