A taxa média de juros no crédito livre caiu de 54,0% ao ano em novembro para 52,0% ao ano em dezembro, informou nesta quinta-feira, 26, o Banco Central. Em dezembro de 2015, essa taxa estava em 47,3% ao ano. Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 73,6% para 71,5% ao ano, de novembro para dezembro, enquanto para pessoa jurídica, foi de 30,0% para 28,2% ao ano no mesmo período.
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa caiu de 330,6% para 328,6% ao ano na mesma comparação. Para o crédito pessoal, passou de 54,1% para 53,8% ao ano.
Para veículos, os juros passaram de 25,9% ao ano para 25,7% ao ano, de novembro para dezembro. Em dezembro de 2015, a taxa estava em 26,0%. Em 2016, a taxa apresentou queda de 0,3 ponto porcentual.
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A taxa média de juros no crédito total, que inclui também as operações direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), desacelerou de 33,1% ao ano em novembro para 32,0% ao ano em dezembro. Em dezembro de 2015, estava em 29,8%.
Média diária
A média diária de concessões de crédito livre caiu 2,6% em dezembro ante novembro, para R$ 12,6 bilhões, informou o Banco Central. No crédito direcionado, a média avançou 26,8% na comparação mensal. Esse montante do crédito direcionado somou R$ 1,8 bilhão no mês passado. Em dezembro de 2015, era de R$ 13,5 bilhões no caso de recursos livres e R$ 2,1 bilhões no de direcionado.
Em 2016, a baixa foi de 6,7% para os recursos livres e de 22,1% para o financiamento direcionado.
Quando se junta o crédito livre mais o direcionado, a alta média das concessões foi de 0,4% em dezembro ante novembro, num total de R$ 14,4 bilhões. A média diária em dezembro de 2015 era de R$ 15,6 bilhões. No acumulado de 2016, a baixa foi de 8,5%.
Habitação
As operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceram 1,1% em dezembro ante novembro, totalizando R$ 534,374 bilhões, de acordo com o Banco Central. Segundo o BC, R$ 65,556 bilhões se referem a empréstimos a taxas de mercado e R$ 468,818 bilhões a taxas reguladas. O BC não incorpora nestes dados as operações com crédito livre, por serem residuais. No acumulado de 2016, o crédito para habitação no segmento de pessoa física registrou alta de 7,0%.
As operações a taxas de mercado caíram 0,2% no mês e avançaram 1,6% em 2016. Já os financiamentos a taxas reguladas avançaram 1,3% ante o mês anterior e 7,7% em 2016.
Setores
Houve variação de novembro para dezembro do estoque de crédito nos três setores de atividade: agropecuária, indústria e serviços. O crédito total caiu 0,5% na margem, para R$ 1,545 trilhão.
A agropecuária avançou 2,1%, a indústria teve queda de 1,7% e os serviços tiveram alta de 0,7 %. No crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros), a baixa foi de 2,3%.
Em 2016 ante o ano anterior, houve baixa de 8,1% em serviços; queda de 10,3% na indústria; e recuo de 3,4% em agropecuária.
O crédito para o setor de serviços ficou em R$ 740,905 bilhões em dezembro. Dentro desse setor, o comércio apresentou alta de 2,8% (R$ 274,524 bilhões) no mês passado. Em transporte, houve queda de 4,0%, para R$ 140,603 bilhões. Na administração pública, a alta foi de 0,5%, para R$ 128,539 bilhões. A categoria "outros" apresentou alta de 1,6%, de R$ 197,239 bilhões.
Para a indústria, o crédito recuou na margem para R$ 747,238 bilhões. Na construção, houve queda de 5,1% no mês passado, para R$ 100,804 bilhões. A indústria de transformação cedeu 2,3%, para R$ 410,587 bilhões. Já os serviços industriais de utilidade pública (SIUP) tiveram aumento de 1,2% no mês passado, em R$ 204,169 bilhões. No caso da extrativa, houve uma queda de 0,3% em dezembro, para R$ 31,677 bilhões.
Para o setor agropecuário, a alta foi de 2,1% em dezembro ante novembro, para R$ 24,384 bilhões.
Inadimplência
A taxa de inadimplência no crédito livre ficou em 5,7% em dezembro, ante 5,8% em novembro, informou o Banco Central. Em dezembro de 2015, a taxa estava em 5,3%. Para pessoa física, a taxa de inadimplência ficou em 6,0% em dezembro, ante 6,1% em novembro e 6,2% em dezembro de 2015. Para as empresas, ficou em 5,2%, ante 5,4% do mês anterior e 4,5% de um ano antes.
A inadimplência do crédito direcionado caiu de 1,9% em novembro para 1,8% em dezembro. O dado que considera crédito livre mais direcionado mostra inadimplência de 3,7% em dezembro, ante 3,8% em novembro. Um ano antes, a taxa estava em 3,4%.
No cheque especial, o volume de calotes atingiu 17,4% em dezembro, ante 15,3% em novembro. No último mês de 2015, estava em 18,1%.
No caso de aquisição de veículos, o volume de calotes atingiu 4,6% em dezembro, ante 4,7% em novembro. Em dezembro de 2015, estava em 4,2%. Já no cartão de crédito, ficou em 7,7%, ante 7,8% de novembro e 8,1% de dezembro de 2015.
Endividamento das famílias
O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro passou de 42,5% em outubro para 42,4% em novembro, conforme dados divulgados pelo Banco Central.
A instituição começou a fazer o levantamento em janeiro de 2005 e o retrato sobre o nível de dívidas brasileiras passou a ser incorporado na nota de crédito pelo BC em agosto de 2015. O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses e incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (PNAD) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.
Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento apresentou uma baixa em novembro, ficando em 23,9% da renda anual. Em outubro, estava em 24,0%.
Ainda segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) ficou em 22,0% em novembro, ante 22,2% em outubro. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda foi de 19,7% para 19,5%.