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Jovens paranaenses criam serviços e impactam comunidades em que vivem

06 out 2016 às 11:08

Aproveitar oportunidades, identificar nichos de mercado e aliar a responsabilidade social com a execução dos serviços. Esse é o perfil de muitas pessoas que decidem largar a segurança do emprego formal para começar a empreender o seu próprio negócio.

Adriano Stella, Caroline Zambão e Edson Maia são três exemplos reais. Os jovens empreendedores, que atuam em Curitiba e Região Metropolitana, possuem negócios inovadores e com iniciativas que impactam a comunidade onde vivem. Exatamente por causa disso, eles se inscreveram no Desafio Paraná da Geração Empreendedora, que visa reconhecer e incentivar os jovens empreendedores do Estado.


No caso de Adriano Stella, tudo começou com uma empresa "normal". "Eu trabalhava com jardinagem aqui no bairro Fazendinha. Só que a demanda começou a crescer e precisei abrir uma empresa formal. Tive muito auxilio da Aliança Empreendedora (que promove o Desafio Paraná) e aos poucos, também comecei a dar palestras sobre empreendedorismo. Foi em uma dessas apresentações que eu conheci a ‘Ideia com Café’, que tinha um projeto com as detentas do semi-aberto do Bacacheri", conta.


Segundo ele, foi aí que surgiu a ideia de aliar a demanda da empresa dele por serviço com a oportunidade para as mulheres que estavam presas. "A diretora do presídio estava aberta e animada com a ideia e, com a autorização dela, comecei a trabalhar com as meninas na minha empresa. O que eu percebo é que muitas têm vontade de trabalhar, até de empreender, mas sofrem muito preconceito. Dando essa oportunidade para elas, além de diminuir a pena, também percebo que é uma forte ferramenta de reinserção na sociedade, através do empreendedorismo", ressalta.


Para Caroline Zambão, de apenas 19 anos, a ideia do negócio surgiu depois de uma tentativa frustrada de empreendedorismo. "No ano passado, eu tive meus primeiros contatos com o empreendedorismo e resolvi abrir uma empresa com uns amigos. Mas não deu certo e no final do ano, fechamos as portas. Aí, resolvi largar o curso de Tecnologia da Informação e comecei a fazer Administração, para aprender um pouco mais e não cometer os mesmos erros", conta.


Foi neste ano que a jovem percebeu uma oportunidade de negócio "debaixo do nariz". "Meu namorado foi campeão nacional de memorização e com isso, muitas pessoas procuraram ele para aprender as técnicas que ele utilizava. Percebi que poderia abrir um negócio para oferecer esse tipo de serviço e hoje nossa empresa trabalha com aulas on-line que ensinam técnicas de aprendizagem acelerada e memorização. Nosso objetivo agora é levar o projeto para o ensino básico e fundamental e até criar um aplicativo para difundir esse conhecimento", destaca.


Já o técnico em informática Edson Maia resolveu empreender depois que percebeu a carência do local onde mora por diversos serviços. "Aqui em Almirante Tamandaré mal tinham banquinhas para tomar sorvete e comprar crédito para celular. Resolvi abrir uma loja de R$ 1,99 e na sequência, uma lan-house, pois percebi que poucas pessoas tinham acesso à internet no município", afirma.


Foi através da lan-house que o negócio começou a ganhar corpo. "Aos poucos, comecei a perceber que não havia oferta de internet para os moradores e, com isso, consegui uma licença da Anatel para me tornar provedor de internet", conta.


Hoje, Edson atua em Almirante Tamandaré, Rio Branco do Sul e Itaperuçu e já começa a expandir o negócio. "Vamos trabalhar com cabeamento a partir de agora, porque antes só atuávamos com sinal em antena. Começamos a ter um pouco de concorrência, porque algumas empresas maiores estão ofertando serviços nesses municípios, mas mesmo assim, em algumas regiões, especialmente nas zonas rurais, ainda sou a única opção desses moradores para terem acesso à internet", ressalta.


Os três fazem parte dos 51% dos jovens brasileiros que, de acordo com a pesquisa Jovens Digitais: Geração Transformadora, pretendem seguir pelo ramo do empreendedorismo. Outra pesquisa, a respeito do Perfil do Jovem Empreendedor Brasileiro, mostra que, no entanto, cerca de 86% desses jovens não se prepararam adequadamente para empreender. Além disso, de acordo com dados de 2013 do IBGE, cerca de 158 mil empresas fecharam as portas no Brasil após o primeiro ano de funcionamento.


É por isso que Adriano, Caroline, Edson e outros jovens empreendedores do Paraná se inscreveram no Desafio Paraná da Geração Empreendedora. Segundo Adriano, participar do programa é importante porque auxilia no desenvolvimento do negócio. "Acho que é muito útil para receber o apoio intelectual e assim estruturar a empresa da melhor forma, evitando erros básicos", afirma.


O desafio é composto por duas etapas. Primeiro, o jovem empreendedor – que precisa ter entre 17 e 35 anos – pode se inscrever no site www.desafioparana.com.br e assistir às 12 aulas onlines, com dicas e informações importantes na hora de abrir e gerenciar um negócio.


Com esta etapa cumprida, o participante recebe o certificado e, com isso, pode se inscrever no Desafio em quatro categorias: ideia de negócio envolvendo tecnologia; ideia de negócio; negócio com, no mínimo, seis meses de existência e negócio com, no mínimo, seis meses de existência e que envolva algum impacto social através do produto/serviço ofertado.

Ao final do desafio, quatro projetos serão reconhecidos com o valor de R$ 7 mil, que poderá ser investido no negócio dos vencedores. O programa é realizado pela Aliança Empreendedora e tem como patrocinadores o governo do Paraná e a Volkswagen.


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