O Japão perdeu para a China posto de segunda maior economia do mundo em 2010, após o país registrar um Produto Interno Bruto (PIB) nominal de US$ 5,474 trilhões no ano passado, inferior aos US$ 5,879 trilhões da China. O Japão era a segunda maior economia do planeta desde 1968. Em termos trimestrais, a China já havia superado o PIB japonês no trimestre março-junho, mas o cálculo anual divulgado pelo governo japonês nesta segunda-feira marca a primeira vez que o PIB chinês supera o do Japão em termos anuais, padrão normalmente utilizado nos rankings globais.
Em 2010, a economia japonesa cresceu à taxa anualizada de 3,9%, em termos reais, e de 1,8% em base nominal. No quarto trimestre do ano passado, o PIB do Japão registrou contração de 1,1% em termos anualizados, após expansão de 3,3% no trimestre anterior. O resultado marcou a primeira contração desde a queda revisada de 1,9% no terceiro trimestre de 2009, mas veio melhor do que a mediana das previsões de economistas consultados pela Dow Jones, que era de contração de 2,4% no quarto trimestre.
"Diante do bom desempenho do país vizinho, saudamos a rápida progressão da economia chinesa", declarou Kaoru Yosano, ministro da Economia em entrevista. "Isso pode ser a base de um desenvolvimento da economia regional, ou seja, da Ásia Oriental e do Sudeste", acrescentou Yosano. Ele informou que deseja "melhorar as relações de amizade entre Japão e China no campo econômico".
Atividade robusta
O superávit comercial da China encolheu em janeiro em razão do aumento das importações, indicando que a atividade econômica no país permanece robusta. O superávit caiu para US$ 6,45 bilhões no mês passado, de US$ 13,1 bilhões em dezembro, de acordo com dados divulgados pela alfândega chinesa nesta segunda-feira. O dado ficou bem abaixo da expectativa dos economistas, que previam saldo de US$ 10,1 bilhões, segundo uma pesquisa da Dow Jones.
As exportações cresceram 37,7% em relação a janeiro de 2010, acima da alta anual de 17,9% registrada em dezembro e também da mediana das previsões, que era de uma expansão de 22,4%. As importações aumentaram 51% sobre as de janeiro do ano passado, contra um crescimento anual de 25,6% em dezembro e uma mediana das estimativas de 28,6%.
Os economistas advertiram contra uma leitura muito estrita dos números, lembrando que os dados comerciais da China são tipicamente muito voláteis no início do ano, devido às distorções causadas pelo feriado móvel do Ano Novo Lunar.
Porém, eles disseram também que o desempenho robusto tanto das exportações como das importações em janeiro sugere um forte crescimento subjacente na China e em seus parceiros comerciais. A alta dos preços das commodities importadas também deve ter desempenhado um papel no aumento da conta de importações, segundo Yu Song, economista do Goldman Sachs. As informações são da Dow Jones.