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JAC aguarda mudanças no IPI para abrir no Brasil

08 out 2011 às 08:12

O grupo SHC, do empresário brasileiro Sérgio Habib, entregou ontem ao Ministério da Indústria e Comércio projeto da fábrica de automóveis da marca chinesa JAC Motors que pretende construir na Bahia. O investimento é de R$ 900 milhões e promessa de 3,5 mil empregos diretos. Com o detalhamento do plano, Habib espera obter com o governo federal mudanças na medida que aumentou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 30 pontos porcentuais para veículos que não tiverem 65% de conteúdo local.

Habib decidiu levar o projeto ao governo após encontro, terça-feira, com o secretário adjunto do ministério, Ricardo Schaefer. "Ele demonstrou disposição em estudar modificações na medida para as empresas que pretendem abrir fábricas locais."


O executivo está confiante nas alterações pois, mantido o texto atual da medida, não há condições de efetivar o investimento. "Eu preciso de um escalonamento na obrigatoriedade do conteúdo local e que o IPI para os carros importados voltem ao índice anterior; do contrário, não teremos condições de criar uma rede forte de distribuição para obter capilaridade até que a fábrica fique pronta."


Nacional. Segundo Habib, 80% do investimento será bancado pelo grupo SHC e 20% pela JAC. "Será a primeira montadora de grande volume do Brasil, que produz modelos abaixo de R$ 50 mil, com controle totalmente nacional." O grupo SHC é o maior distribuidor de veículos no País - são em média 80 mil carros por ano - e controla revendas da JAC, Citroën, VW, Jaguar e Aston Martin. O faturamento anual é estimado pelo mercado em R$ 4,5 bilhões a R$ 5 bilhões.


Habib defende que as novas fábricas tenham um prazo de quatro a cinco anos para atingirem o índice de 65% de nacionalização dos carros, partindo de 20% a 25%. Também pede que a importação não seja sobretaxada.


O projeto da JAC prevê a fábrica em Camaçari (onde já está a Ford), com produção de 100 mil carros ao ano, centro de estilo e design e parque com 20 fornecedores de componentes ao redor.

Habib embarcaria ontem para a Índia, onde vai discutir parceria com a Tata para importação de modelos da marca. "Negocio com eles há um ano, mas a medida do governo parou tudo", afirmou. O popular Nano não está na lista de produtos a serem importados.


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