Cerca 100 mil toneladas de feijão produzido no Paraná em 2006 e 2007 estão sendo escoadas pelo governo federal para as regiões Sudeste e Nordeste do País, onde estão os maiores mercados de consumo. Essa intervenção foi articulada na Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, em fevereiro deste ano, em reunião promovida pelo recém-nomeado secretário Valter Bianchini com integrantes do governo federal, cooperativas e representantes dos trabalhadores na Agricultura.
Com o escoamento da produção houve reação nos preços do produto que vinham desabando no mercado. As cotações pagas ao produtor para o feijão de cores tiveram uma elevação de 42% desde fevereiro, passando de R$ 40,63 a saca para R$ 57,75 neste mês de julho. O feijão preto aumentou 28,4% no mesmo período, passando de R$ 32,34 para R$ 41,53 a saca.
Segundo Bianchini, a crise no mercado de feijão começou logo após a colheita quando os preços desabaram. Numa ação articulada com a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), outras entidades do governo federal, cooperativas e federações que representam a agricultura no Estado foi solicitada a intervenção no mercado.
Escoamento
Foram escoadas 49 mil toneladas de feijão do Paraná pelo PEP – Prêmio de Escoamento do Produto. "A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) pagou o preço mínimo do produto, cerca de R$ 48,00 a saca de 60 quilos para o feijão preto e a cores transportado para as zonas de consumo", informou o gerente de operações Valmor Luiz Bordin.
Por meio do Pepro – outro prêmio de escoamento restrito a cooperativas e produtores –, foram escoadas 16 mil toneladas, também pelo preço mínimo. Além disso, mais 21 mil toneladas foram adquiridas pelo AGF – Aquisições do Governo Federal, outro instrumento do governo federal, cuja origem de recursos é o ministério da Agricultura.
Com recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) foram adquiridas outras 10 mil toneladas de feijão da Agricultura Familiar pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Nessa modalidade de operação, foi pago o preço de referência do feijão, que foi de R$ 60,00 a saca de 60 quilos, superior ao preço mínimo.
A diferença no preço pago é que pelo PAA, o limite de compra é de 58 sacas por produtor e as compras são permitidas apenas dos pequenos agricultores familiares. No AGF, o limite de compra é de 150 sacas por agricultor, podendo ser comprada a produção do pequeno, médio e grande produtor.
Dependência
Segundo Bianchini, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento está atenta ao mercado e o governo federal deve seguir escoando feijão do Paraná para as zonas de consumo, o que deve sustentar os preços pagos ao produtor paranaense. "O equilíbrio entre oferta e procura já foi atingido".
Bianchini recomenda aos produtores que estiverem planejando o plantio da próxima safra que diversifiquem as lavouras com outras culturas para que a propriedade não fique dependente apenas do feijão. "Os produtores devem buscar o aumento da produtividade, a redução de custos e a diversificação para não ficarem vulneráveis às ações de mercado e do clima", alertou.
Agência Estadual de Notícias