O uso da rede elétrica para a distribuição de serviços de internet em alta velocidade poderá baratear as tarifas de energia. Proposta da área técnica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que examina o assunto, prevê que 90% da receita obtida pelas distribuidoras de energia com o aluguel dos fios para as empresas de internet terá de ser empregada na redução de tarifas de eletricidade.
A resolução que definirá as regras para o uso da internet pela rede elétrica deve ser votada pela diretoria da Aneel ainda neste mês. O assessor da Superintendência de Regulação da Distribuição, Carlos Mattar, disse à Agência Estado que o critério já é utilizado no aluguel de postes para passagem dos cabos da telefonia. "A distribuidora não tem custo nenhum (com isso)." Ele explicou que, se houver necessidade de investimento na rede, a empresa de telecomunicações é que arcará com o custo. O mesmo ocorre com os postes. "Ela (a distribuidora) não vai investir um centavo e ainda vai ganhar 10%."
A resolução da Aneel, segundo Mattar, deixará claro que a locação não pode comprometer nem alterar o fornecimento de energia elétrica. Pela legislação, as distribuidoras não poderão operar diretamente os serviços de internet. Se estiverem interessadas em entrar no negócio, terão de criar uma subsidiária específica.
Até o fim do ano a Aneel deve fixar o valor que as distribuidoras poderão cobrar pelo aluguel dos postes para as empresas de telefonia. Hoje, como não há uma regra, cada uma cobra o que quer. Os preços variam de R$ 1 a R$ 16 por mês por poste, a média é de R$ 3. A definição do valor fixo vai ajudar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no cálculo das tarifas das concessionárias de telefonia fixa, uma vez que será possível saber quanto cada empresa pagou pelo aluguel.