Em tempos de cortes orçamentários que atingem áreas da administração federal como saúde e educação, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) lançou na segunda-feira (01) licitação para contratar curso de dança de salão para funcionários do Aeroporto de Congonhas.
Publicado no Diário Oficial da União (DOU), o aviso de pregão eletrônico prevê também aulas de "condicionamento físico" aos empregados do terminal. A ideia, no entanto, não deve seguir adiante. Procurada pelo jornal O Estado de S. Paulo, a estatal disse que vai cancelar a contratação, horas depois do anúncio.
Segundo a Coordenação de Licitações da Superintendência Regional da Infraero em São Paulo, o edital da concorrência estaria disponível na segunda-feira (01), às 15h, no site da empresa. Já a abertura de propostas dos interessados estava prevista para o próximo dia 15. Contudo, o documento não foi mais publicado, após a Assessoria de Imprensa receber perguntas da reportagem sobre a contratação.
A Infraero não informou qual o valor previsto para a contratação. A estatal explicou que as aulas de dança de salão integram um programa de qualidade de vida da empresa. Ao justificar o recuo, alegou que o aviso foi publicado "por engano" e, ao ser "descoberto", a partir do envio de um e-mail do jornal O Estado de S. Paulo, foi "imediatamente cancelado".
Viagem
Essa não é a primeira vez que a estatal desiste de gastos públicos inusitados. Em setembro do ano passado, a empresa cancelou viagem de dois funcionários à Disney, na Flórida. Ao custo de R$ 23 mil, a superintendente de Recursos Humanos, Regina Helena Ferreira Alvarez Azevedo, e o gerente de Gestão Estratégica de Pessoas, Roberto Celso Habbema de Maia, participariam do seminário A Magia Disney e os Segredos da Excelência em Serviços, com dez dias em hotel cinco-estrelas, visitas a quatro parques, ingresso para o Cirque du Soleil e giros por outlets.
Em 2011, o aperto fiscal impôs uma economia de R$ 50 bilhões do Orçamento da União. Este ano, o valor dos cortes alcança R$ 55 bilhões, incluindo as despesas discricionárias (feitas a critério dos gestor) em saúde, educação e várias outras áreas. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.